Roubalheira em Rio Largo tem a conivência dos vereadores
A Prefeitura de Rio Largo tem um longo histórico de corrupção que remonta décadas, com vários gestores condenados e presos. Mas desde a condenação do ex-prefeito Toninho Lins e a prisão de todos os vereadores, a cidade não via tantos desmandos quando na gestão do atual prefeito Gilberto Gonçalves. As denúncias contra o gestor começaram logo no primeiro mandato, quando foi cassado pela Câmara de Vereadores.
Socorrido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas, Gonçalves retomou o cargo e governou até o fim do primeiro mandato escorado em uma liminar que nunca foi julgada. Acertou as conta$ com a Câmara, garantiu a reeleição e até hoje reina com o aval dos ilustres vereadores, aliados incondicionais.
Mas há uma pedra no caminha que o prefeito não consegue remover e acabou dando com os burros n`água. O nome da rocha é Karla Brandão Muniz Formiga de Carvalho, procuradora concursada do município, que denunciou as falcatruas ainda no primeiro mandato de Gonçalves. Com bravura, a servidora enfrentou a gangue do prefeito e merece todas as homenagens.
Por envolver recursos federais coube à Polícia Federal instaurar o inquérito que só não culminou com a prisão do prefeito porque o assunto vazou e a operação foi abortada de última hora. Mas as investigações continuam e o prefeito dificilmente terminará seu mandato.
Vale lembrar que os milhões de reais roubados da saúde e da educação pela organização criminosa têm origem nas famigeradas emendas secretas articuladas por Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Talvez por isso, Gonçalves consiga escapar de condenação e da cadeia que o espera, de novo.
SUMIDO
O prefeito Gilberto Gonçalves (GG), que sumiu da cidade desde a divulgação do esquema de corrupção, reapareceu no final da sexta-feira (5), fez rápidas visitas a alguns aliados e desapareceu novamente, junto com a família. Seus opositores acreditam que ele esteja escondido em algum hotel à espera do julgamento no TRF-5 que pode decretar sua prisão e a dos comparsas.