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Marcelo Victor deseja assumir governo do Estado ao menos 30 dias

Por 30/01/2022 - 08:13
Atualização: 31/01/2022 - 08:46

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Foto: Assessoria
O presidente da ALE, Marcelo Victor
O presidente da ALE, Marcelo Victor

Que o governador de Alagoas vai disputar as eleições deste ano até as árvores do palácio já sabem. Na coletiva de despedida, Renan Filho admitiu sua candidatura ao Senado, mas não disse se fica no governo até 31 de março ou se sai antes para acomodar interesses político-eleitorais de seus aliados no Legislativo. 

O desejo do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, é assumir o governo por ao menos 30 dias para tomar pé da situação e coordenar o processo da eleição indireta do governador-tampão. Mas Renan Filho anda tão empolgado com tantas obras em andamento que dificilmente sairá antes de 31 de março, prazo final para renunciar ao mandato. 

Com a renúncia do governador o cargo passará para o presidente do Tribunal de Justiça, Klever Loureiro, que coordenará o processo de escolha do governador interino. A lei prevê 30 dias para a eleição indireta do tampão, mas o processo pode demandar bem mais tempo. Como diria Drummond, sempre há pedras no caminho. 

Até lá, governador e presidente da Assembleia continuarão a série de conversas em busca de uma aliança política que atenda aos interesseis eleitorais dos dois lados. Marcelo Victor acredita no sucesso desse diálogo, mas Renan Filho tem confidenciado aos mais próximos que a fatura cobrada pelos deputados é alta demais. 

A Assembleia quer o governo de porteiras fechadas e o apoio de Renan Filho para eleger seu candidato a governador no pleito de outubro, seja Paulo Dantas ou outro deputado. Em troca promete somar esforços para eleger Renan senador. É um acordo difícil de costurar, mas é o vale-tudo da política. 

O deputado Paulo Dantas é o mais cotado para assumir o governo interino, mas como em política tudo pode mudar em poucas horas, outro nome pode surgir até final de março. Além do governador-tampão os deputados escolherão o vice, que poderá ser a deputada Jó Pereira ou alguém de fora do Legislativo.

Renan Filho tem dois meses para montar sua estratégia de campanha e tentar se eleger senador. Pode aliar-se aos deputados, ou não. Na segunda hipótese, lançará candidato próprio ao governo em oposição ao grupo de Marcelo Victor, mas a maior batalha a ser travada em campo aberto será com Fernando Collor na disputa pela única vaga de senador. 

O governador chega ao fim de sete anos de mandato bem avaliado, e tem confidenciado para alguns aliados que ainda dispõe de balas na agulha suficientes para fazer o sucessor e se eleger senador. Parece que vai pagar pra ver; o jogo é pesado, mas está sendo jogado.


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