Acionistas aguardam melhor momento para vender petroquímica
As duas principais acionistas da Braskem – Odebrecht e Petrobras – estão aguardando o momento exato para venderem suas ações da sexta maior petroquímica do mundo.
Dona de 38,3% da mineradora, a Odebrecht, que agora se chama Novonor, terá que vender suas ações como parte do plano de recuperação judicial, enquanto a Petrobras (com 36,1%) está se desfazendo de seus ativos dentro da política de desinvestimentos da petroleira.
No início do deste mês a revista IstoÉ Dinheiro publicou ampla reportagem sobre a recuperação financeira da Braskem e o futuro promissor da empresa no mercado mundial de resinas. Nada sobre a responsabilidade dos futuros controladores da Braskem pela indenização de milhares de famílias afetadas pela extração do sal-gema no subsolo de Maceió.
Chama a atenção o fato de a matéria ignorar totalmente os danos ambientais, sociais e econômicos causados em cinco bairros da capital pelas operações da mineradora e o drama das famílias despejadas de suas casas. O maior acidente ambiental em curso da história do país não mereceu uma linha sequer na reportagem do jornalista Sérgio Vieira.
Apesar dos esforços para indenizar as vítimas, a Braskem até hoje não assumiu a responsabilidade pelo acidente. Só se refere ao afundamento dos bairros como “fenômeno geológico”. A iminente venda da empresa acrescenta uma nova preocupação à dramática situação de 40 mil pessoas e mil empresas dos bairros atingidos pela tragédia.