Crise chega às TVs e aumenta versões sobre venda da TV Pajuçara
A política de contenção de despesa com demissão de trabalhadores que culminou com a saída do jornalista Ricardo Mota, seguida da venda da Rádio Pajuçara FM Arapiraca, fezeram aumentar as versões de que os donos do grupo de comunicação da TV Pajuçara (TV, rádios e portal de notícias) estariam se desfazendo do negócio.
Criada há quase 30 anos por empresários e políticos tucanos para defender os interesses dos usineiros, a empresa se estruturou no Governo Téo Vilela e se consolidou com o apoio da cooperativa dos produtores de açúcar, capitaneada por João Tenório.
Atualmente afiliada da Rede Record, a TV Pajuçara sempre garantiu o 2º lugar em audiência e faturamento, só perdendo para a TV Gazeta, que até hoje é líder no estado. Mas nessas últimas décadas surgiram novos canais de TV, acabou o Governo Téo Vilela, a cooperativa dos usineiros faliu junto com várias usinas, o mercado encolheu e os custos subiram.
O ex-governador tucano Téo Vilela saiu de cena e se aposentou da política, a maioria das usinas quebrou e alguns usineiros se mandaram para a Europa, deixando para trás dívidas bilionárias e um rastro de terra arrasada. Para fechar o ciclo, o PSDB se esfarelou e os tucanos estão abandonando o partido em busca da sobrevivência política em outras siglas.
A primeira emissora a capitular foi a TV Alagoas, da família do então vice-governador Geraldo Sampaio, vendida para o grupo cearense dono do plano de saúde Hapvida, hoje com o nome de TV Ponta Verde. A crise também pegou todos os canais locais de TV fechada, que sobrevivem de contratos com igrejas evangélicas, sem qualquer produção local.