Sem vice, Renan terá dificuldade para indicar governador-tampão

Ter um candidato a governador em 2022 não é exatamente a maior preocupação de Renan Filho. O xis da questão é ter um nome para assumir o cargo de governador-tampão sem correr o risco de ser atropelado na disputa pela única vaga de senador no pleito do próximo ano. 

Mesmo dispondo de um orçamento bilionário para investir em obras e uma gestão bem avaliada, Renan Filho precisa resolver a questão do governador-tampão, que tanto pode ajudar quanto prejudicar seu projeto de poder. 

Com a renúncia do vice Luciano Barbosa, caberá à Assembleia indicar um nome para governador interino caso Renan Filho decida disputar o Senado. Sem maioria no Legislativo, o governador precisa negociar com os deputados em torno de um nome de consenso. 

Acordo político tem custos, e pelo andar das conversas, Renan parece indisposto a pagar o preço cobrado pelos deputados. A proposta da Assembleia é eleger seu candidato a governador em troca de apoio dos deputados à sua candidatura ao Senado. 

Essa proposta, no entanto, esbarra na convicção do governador de que pode fazer o sucessor e se eleger senador na eleição do próximo ano. Mas com um governador-tampão trabalhando contra, o sonho de Renan Filho pode virar pesadelo. 

Outra condição imposta pelos deputados é que o governador antecipe a renúncia e deixe o cargo antes de 2 de abril de 2022, data limite para se afastar do governo e disputar as eleições.