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Usina Bioflex registra resultado positivo em safra

Por 03/04/2020 - 06:49

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Divulgação
Bioflex, usina de etanol de segunda geração com sede em São Miguel dos Campos
Bioflex, usina de etanol de segunda geração com sede em São Miguel dos Campos

Em meio ao pandemônio causado pelo afundamento de três bairros de Maceió e projeções catastróficas do novo Coronavírus em Alagoas, uma boa notícia vem da área tecnológica e trás perspectivas positivas para o estado. Trata-se da Bioflex, usina pioneira na produção de etanol extraído do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, instalada em São Miguel dos Campos.

Operando no prejuízo desde que foi inaugurada em 2014, a indústria registrou resultado positivo na safra 2019/20 com recorde de produção de 99 mil litros/dia de etanol celulósico, o equivalente a 40% de sua capacidade instalada.

A boa notícia foi dada esta semana por Paulo Nigro, executivo do Grupo GranBio, formado por ex-acionistas da Odebrecht que apostam no desenvolvimento de novas tecnologias para produção de energia de segunda geração, aproveitando a biomassa como matéria-prima.

“Podemos alcançar 30 milhões de litros em um ano”, disse Paulo Nigro ao Jornal Cana. Atualmente a usina utiliza seu estoque de bagaço e de palha de cana para produzir energia elétrica e deve retomar a produção de etanol em agosto, um mês antes do início oficial da safra canavieira no estado.

“O objetivo maior da planta de Alagoas é concretizar o nosso aprendizado. Antes, estávamos em um processo de validação tecnológica. Agora, isso já está validado”, garante o executivo da GranBio. Mais que uma destilaria de álcool, a Bioflex é uma unidade industrial pioneira que investe pesado em novas tecnologias capazes de revolucionar a produção de energia alternativa no mundo.

O processo, chamado de hidrólise, quebra as paredes celulares da cana e extrai açúcares da celulose por meio de enzimas. Os açúcares são depois transformados em etanol pela fermentação do caldo de cana com levedura. Inicialmente, a GranBio utilizou tecnologias da Holanda, Dinamarca e Itália, que não garantiram a viabilidade econômica do empreendimento.

Foi preciso investir em tecnologia própria em parceria com uma empresa americana especializada na utilização de biomassa para produção de energia, com viabilidade comercial. O projeto tem o apoio do BNDES, que investiu R$ 300 milhões.


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