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Inventário de promotor contraria lógica do serviço público

Por 17/01/2020 - 10:34

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Foto: Divulgação
O promotor de Justiça Sidrack Nascimento
O promotor de Justiça Sidrack Nascimento

O processo de inventário do promotor de Justiça Sidrack Nascimento chama a atenção por três fatos que contrariam a lógica do serviço público no quesito moralidade pública.

Segundo consta nos autos, Sidrack é dono de um patrimônio superior a R$ 10 milhões em imóveis, terrenos e outros bens declarados. Difícil é chegar lá com salário de servidor público.

Para juntar essa fortuna, Sidrack Nascimento precisaria passar mais de 20 anos só guardando dinheiro, sem gastar um centavo. Mesmo considerando o salário privilegiado de um promotor de Justiça, poucos conseguem tamanho feito.

O segundo ponto que desperta o interesse público nesse processo é a acusação de um dos advogados do espólio de que o promotor estaria ocultando parte de seus bens para ludibriar o único herdeiro da ex-esposa, a advogada Martha Moreira.

A acusação é grave, sobretudo por tratar-se de um promotor de Justiça que deveria agir com decência e honestidade, como mandam seus deveres constitucionais. Mais ainda no rumoroso caso da morte de Martha Moreira, cujo suicídio com a arma do próprio marido ainda não foi devidamente esclarecido.

O caso se agrava inda mais quando se sabe que o acusado comanda, há anos, uma das promotorias da Fazenda Pública Estadual da Capital, por onde tramitam dezenas de processos milionários, geralmente envolvendo gente da elite econômica do Estado.

Não menos grave é a tentativa da autoridade de excluir da herança o único filho da ex-mulher. Para tanto o promotor acusa o herdeiro de ter furtado um computador do Ministério Público Estadual, e com isso afastá-lo do processo.

Por tudo isto a Procuradoria-Geral de Justiça de Alagoas precisa se pronunciar e dar satisfações à sociedade, que paga os bons salários de seus servidores.


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