Caso de transexual expõe imoralidade e hipocrisia de Alagoas
Um travesti estava usando o banheiro feminino de um shopping em Maceió, uma mulher não gostou da cena e chamou o segurança, que retirou o transexual do local.
Foi o bastante para o mundo desabar sobre Alagoas, com manchetes negativas na imprensa nacional e debates acalorados envolvendo até mesmo os poderes de Estado. Hipocrisia para todos os lados.
Toda essa energia é gasta em um Estado com mais da metade de sua população vivendo na pobreza; desemprego em massa, criminalidade em alta e a miséria grassando em todos os municípios.
Não se está aqui negando o direito dos transexuais de usar o banheiro do gênero com o qual se identificam, e muito menos defendendo a violência contra quem quer que seja. Se houve exagero que se puna os responsáveis, seja lá quem for.
O absurdo dessa histérica discussão é transformar um caso banal numa guerra de gênero e botar todo mundo no mesmo saco da homofobia, que deve ser combatida por todos.
Imoral não é só retirar um travesti de um banheiro feminino, mas também e, sobretudo, silenciar diante da omissão e da negligência do poder público em relação à situação de miséria em que vive a maioria da população.
Mas, convenhamos, defender pobre não dá ibope nem manchetes na imprensa amestrada; no máximo, algumas linhas no discurso mofado da esquerda radical.