
A se confirmar a informação do jornalista Ricardo Mota de que o deputado federal Arthur Lira será o interlocutor do presidente Bolsonaro em Alagoas, chegamos, finalmente, ao fundo do poço.
Moral e eticamente falando, visto que socialmente já atingimos o buraco sem fundo há décadas e dificilmente sairemos de lá. Muito menos com ajuda de um “taturana” já condenado, e que responde a outros processos na Operação Lava Jato.
Tudo o que Alagoas não precisa é de um sentenciado como interlocutor para defender os interesses do Estado junto à União. E mais que isto, de um condenado da Justiça por participar do maior assaltos aos cofres da Assembleia Legislativa Estadual de que se tem notícia na história deste estado. Mas afinal, o que está ruim sempre pode piorar.
Se o presidente Jair Bolsonaro quer atingir o governador Renan Filho e o senador Renan Calheiros, por lhe fazerem oposição, que o faça, mas sem submeter os alagoanos à humilhação de ter como interlocutor um chefete do Centrão, comandante da vanguarda do atraso.
Depois da quebradeira do setor açucareiro que dizimou milhares de empregos diretos e indiretos e da tragédia da Braskem e suas consequências nefastas para 40 mil famílias dos três bairros que estão afundando, Alagoas não aguenta mais um baque moral imposto a todos como punição política.
Afinal, Arthur Lira, como parlamentar, já faz muito mal ao Estado por sua atuação contra os interesses do Erário e do próprio povo. Tê-lo como interlocutor é sacrificar ainda mais a população em nome de mesquinhos interesses políticos de quem nunca se preocupou com os reais problemas do Estado.
Sua escolha como interlocutor do presidente Bolsonaro também representa uma desfeita contra a bancada alagoana na Câmara e no Senado e um golpe contra os interesses de Alagoas junto ao Governo Federal.
Por fim, o condenado Arthur Lira e seu grupelho só têm compromissos com o patrimonialismo, o enriquecimento sem causa e o poder a qualquer custo. E pensar que Alagoas já havia passado por todas as desgraças possíveis!