Braskem tenta fugir da responsabilidade pelo afundamento de bairros
A Braskem, que tenta fugir da responsabilidade pelo afundamento de três de bairros de Maceió, é a mesma que há 40 anos explora as riquezas do subsolo da Capital sem se preocupar com o meio ambiente e a segurança da população.
A empresa, que prometia ser a redenção econômica do Estado, não só frustrou o sonho dos alagoanos como contribuiu para o endividamento do Estado. Vale dizer que boa parte da impagável dívida pública de Alagoas deve-se aos vários empréstimos externos destinados à mineradora.
Acuada pelas provas de seu desleixo com a população e o meio ambiente, a Braskem quer agora dividir a culpa com a União. Argumenta que os poços de extração do sal-gema foram perfurados pela CPRM, órgão federal que agora responsabiliza a mineradora pelos estragos nos bairros de Maceió.
Dados oficiais da própria CPRM indicam que o processo de exploração inadequada do sal-gema afetou a estrutura geológica de Maceió e desestabilizou cavernas subterrâneas, existentes há milhões de anos na região.
Geólogos ouvidos pela coluna contestam os argumentos da Braskem e veem a acusação contra a CPRM como desculpa para esquivar-se de possíveis indenizações milionárias.
Os técnicos da área garantem que perfuração e exploração de poços para atividades de mineração são coisas distintas e responsabilizam a Braskem pelos 40 anos de exploração do sal-gema sem as devidas ações de segurança.