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Justiça de Alagoas bota ponto final no processo da morte de PC Farias

Por 28/04/2019 - 06:19
Atualização: 29/04/2019 - 09:08

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Foto: Divulgação
PC Farias
PC Farias

A Justiça de Alagoas botou um ponto final no pastelão em que se transformou o processo sobre a morte de PC Farias e da namorada Suzana Marcolino. Ao negar o último recurso do Ministério Público, o Tribunal de Justiça jogou uma pá de cal no derradeiro fiapo de esperança de condenação dos envolvidos no duplo crime que chocou Alagoas e o Brasil. 

Ao negar a apelação do MP para reverter a decisão do Tribunal do Júri que inocentou os acusados – mesmo contrariando os autos – o TJ sepultou o processo e encerrou a novela, deixando no ar o cheiro asco da impunidade. 

Desde a abertura do inquérito sobre o rumoroso caso – há 22 anos – já se sabia o destino das investigações. E a senha da impunidade foi dada algumas horas após a morte do casal quando as autoridades anunciaram tratar-se de crime passional, seguido de suicídio. Circunstâncias em que não há mandantes nem executores. 

Com exceção dos envolvidos no trágico episódio, ninguém acreditou naquela versão apressada da polícia, avalizada pelos familiares do PC Farias. Quem conhecia Suzane Marcolino aposta que ela jamais cometeria tal loucura. Outras fontes admitem que ela pode até ter matado PC Farias com um tiro acidental, mas ainda assim jamais se mataria. 

Os laudos cadavéricos atestam que PC Farias morreu no início da madrugada, enquanto Suzana faleceu várias horas depois, já ao amanhecer do dia seguinte, logo não há que falar em suicídio, mas em assassinato. Mas a verdade jamais virá a público; foi enterrada, primeiro, junto com PC e Suzana, e agora, com a decisão da Justiça de sepultar definitivamente o caso.

Vale lembrar que os militares denunciados pelo duplo homicídio receberam o perdão do Tribunal do Júri ao serem absolvidos por clemência, mesmo com os jurados reconhecendo a existência dos crimes. E que os céus perdoem a todos; os vivos, bem defendidos, e os mortos indefesos.


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