No lixo da história
Ao liberar a candidatura do deputado federal Cícero Almeida, o TRE-AL matou a esperança dos alagoanos que apostaram no fim da impunidade e mandou para as calendas gregas o rumoroso processo dos Taturanas, que tanto envergonha Alagoas.
Todos os esforços da PF, do Ministério Público e de entidades da sociedade civil para punir os envolvidos no maior assalto a Assembleia de Alagoas, foram em vão. Após 10 anos de árduo trabalho jogado no lixo da história, restam frustrações e decepções para um povo achincalhado por essa elite do atraso que reina impunemente sob a proteção vitalícia da toga e da indecente imunidade parlamentar.
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TRE libera candidatura do deputado federal Cícero Almeida
Mais do que isso, a vergonhosa decisão da Justiça Eleitoral em Alagoas é um incentivo às atividades ilegais de bandidos travestidos de parlamentares e um aval aos eleitores que usam o voto como moeda de troca. Com decisões dessa natureza, que autoridade moral tem essa corte para fiscalizar o criminoso comércio de votos e a lisura das eleições?
Ao fim e ao cabo, culpa-se o povo - “que não sabe votar” - pela reeleição continuada desses grupos que se perpetuam no poder e transformam o Estado em feudo familiar. Não à toa, Alagoas padece dos piores indicadores sociais do país, com mais da metade sua população vivendo abaixo da linha de pobreza.
Vale registrar aqui o esforço da procuradora regional eleitoral em Alagoas, Raquel Teixeira, em defender a inelegibilidade dos deputados-taturanas já condenados em segunda instância. Mas foi vencida pela força maior de uma liminar monocrática concedida por um magistrado de plantão, atropelando uma decisão colegiada.