Os caminhos de Rui

 Antes mesmo de tomar posse no segundo mandato, o prefeito de Maceió já tinha seu nome lançado ao governo do Estado na eleição de 2018. Um desserviço aos eleitores e ao próprio gestor.

Rui Palmeira assumiu com o maceioense o compromisso de administrar a Capital por mais quatro anos. Até para se consolidar como gestor público, visto que no primeiro mandato não foi possível entregar o que prometeu.

Patrono desse projeto apressado, o senador Biu de Lira certamente não está preocupado com o futuro político de Rui. Seu interesse maior é promover o afilhado e vice-prefeito a titular e se cacifar para a reeleição do Senado.

Governar seu estado é o sonho maior de todo político, e Rui, ao contrário de Biu, tem todo o tempo do mundo para chegar lá. Sem açodamento e sem risco de ser atropelado pelo caminho.

O argumento de que o cargo de prefeito dá a Rui Palmeira a condição de franco atirador, podendo ganhar ou perder, sem sequelas políticas, não é bem assim. A menos que Biu esteja usando Rui como isca para tentar viabilizar a sua própria candidatura ao governo.

Mas não custa lembrar a lição de Machado de Assis: "Ao vencedor, as batatas. Ao vencido, o ódio ou a compaixão". Ou como recomenda o senador Roberto Requião, "Ao perdedor, a alfafa".

A alfafa é uma forrageira de alto teor nutritivo para muares e equinos. 

O próprio Biu de Lira, que amargou uma derrota política ao disputar o governo de Alagoas, não deve ter entendido o recado do colega paranaense.