VIAGEM INTERNACIONAL
O que Jair Bolsonaro conseguirá, e o que não conseguirá, nos Estados Unidos
Em sua primeira visita oficial aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaroterá uma agenda de compromissos a partir de hoje. Nesta segunda-feira (18), ele vai participar de debates sobre investimentos na Câmara de Comércio e de uma audiência com Henry Paulson, ex-secretário do Tesouro americano.
Na terça-feira (19), na parte da manhã, o presidente se reunirá com Luis Almagro, secretário geral da Organização dos Estados Americanos, na Blair House, onde Bolsonaro e sua comitiva estão hospedados. São eles: o chanceler Ernesto Araújo (Ministério das Relações Exteriores), o general Augusto Heleno(Gabinete de Segurança Institucional) e os ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).
Em seguida, seguem para a Casa Branca, onde o presidente será recebido pelo presidente Donald Trump. Os dois terão uma reunião a portas fechadas, no Salão Oval, apenas com a presença de tradutores. Entre as pautas que devem ser abordadas estão as salvaguardas tecnológicas para a exploração da base de Alcântara, no Maranhão. De acordo com a Folha de S.Paulo, o acerto é fundamental para que a Aeronáutica possa explorar comercialmente o centro de lançamentos, colocando o Brasil num mercado internacional milionário.
Além de Alcântara, Brasil e Estados Unidos devem celebrar a reativação da comissão de um acordo de comércio e cooperação entre os dois países, o lançamento de um fórum de executivos, a constituição de um fundo para financiar pequenas empresas que atuem na área de sustentabilidade na Amazônia e a criação de um fórum na área de energia.
No entanto, o governo brasileiro deve voltar com suas principais pautas comerciais na bagagem. Segundo o jornal, autoridades americanas já avisaram que dificilmente Washington realizará um endosso enfático às ambições brasileiras de ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A entrada na OCDE é um pleito brasileiro desde 2017. Além desse pleito, ao menos outros dois acordos que poderiam melhorar o ambiente comercial entre os dois países não serão assinados na terça-feira.
O primeiro deles é o acordo de reconhecimento mútuo de operadores econômicos autorizados, que facilita os trâmites de exportação e importação para um grupo pré-selecionado de empresas. Outro é o Global Entry, que agiliza a entrada em território americano de viajantes frequentes.
Há a expectativa também da liberação da entrada de carne brasileira in natura no EUA, vetada há dois anos. Ainda assim, o Brasil liberará os turistas americanos da necessidade de visto, mesmo sem contrapartida.