SAÚDE

Bolsonaro deixa coletiva após pergunta sobre Mais Médicos

Por Terra 17/11/2018 - 09:07

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Foto: Divulgação
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O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) interrompeu nesta sexta-feira, 16, uma coletiva de imprensa na sede do 1º Distrito Naval, no Rio de Janeiro, ao ser questionado sobre a saída anunciada pelo governo cubano do programa Mais Médicos. "Como o assunto saiu da área militar, quero agradecer a todos vocês aqui", disse ele, pondo fim à coletiva, que durou menos de 4 minutos.

Após tomar um café com o comandante da Marinha, o almirante Eduardo Bacellar, Bolsonaro falava sobre a escolha dos comandantes que irão trabalhar nas áreas da Segurança e Defesa do governo, quando foi questionado sobre o anúncio do governo de Cuba de retirada dos 8 mil médicos cubanos do programa de saúde do governo.   powered by Rubicon Project  O programa Mais Médicos tem 18.240 profissionais - sendo 8.332 cubanos, segundo o governo do país brasileiro. 

De acordo com Cuba, seus médicos atuam em 4.058 municípios, cobrindo 73% das cidades brasileiras. O Nordeste será a região que mais perderá médicos com a decisão do governo cubano, com 2.817 baixas.  Segundo o presidente eleito, os médicos cubanos no Brasil "estão sendo submetidos à situação praticamente de escravidão". "Imaginou confiscar 70% do seu salário?", questionou. Ele reforçou novamente a defesa por salário integral. Os médicos cubanos do programa ficam com 25% do salário recebido - a maior parte do valor vai para o governo do país caribenho.  Bolsonaro também voltou a questionar a qualidade dos profissionais cubanos, afirmando que desconhece uma autoridade que já tenha sido atendida por um médico cubano.  

"Será que devemos destinar aos pobres profissionais, entre aspas, sem qualquer garantia de que eles sejam razoáveis profissionais no mínimo? Isso é injusto e desumano. E eu não sou presidente ainda, mas se fosse exigiria isso: um revalida profissional, assistir o médico atender o povo. O que temos ouvido de muitos relatos são verdadeiras barbaridades. Não queremos isso para ninguém no Brasil, muito menos para os pobres", afirmou Bolsonaro.


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