foragido desde 2017

Baixinho Boiadeiro comparece a júri para ser julgado por duplo homicídio

Por Sofia Sepreny 04/02/2019 - 11:12

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Foto: Assessoria - TJ
Foto: Assessoria - TJ

Procurado pela Justiça, José Márcio Cavalcante de Melo, o Baixinho Boiadeiro, compareceu na manhã desta segunda-feira, 4, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. Ele, que está em julgamento, é acusado de participar dos homicídios de Samuel Theomar Bezerra Cavalcante e do sargento reformado da Polícia Militar, Edvaldo Joaquim de Matos. Ambos, respectivamente, em cunhado e segurança do ex-prefeito de Batalha, Paulo Dantas. Os crimes aconteceram no município sertanejo em 2006.

Também estão sentados no banco dos réus o irmão de Baixinho, José Anselmo Cavalcanti de Melo, o "Preto Boiadeiro", e Thiago Ferreira dos Santos, conhecido como "Pé de Ferro". A presença de Baixinho Boiadeiro foi uma das surpresas. Foragido desde 2017, ele é acusado de tentar matar José Emílio Dantas e de assassinar o vereador de Batalha Tony Pretinho.

As duas ocorrências seriam uma reação de vingança: Baixinho consideraria a Família Dantas e Pretinho os responsáveis pelo assassinato do pai, o também vereador pelo município, Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro. Desde então, a família de Baixinho luta para comprovar a sua inocência. Os delegados Fábio Costa e Thiago Prado já estão no Fórum para cumprir o mandado de prisão contra o foragido.

Segundo Prado, “vamos esperar Baixinho prestar depoimento e, em seguida, ele será conduzido para a Deic onde prestará esclarecimentos sobre o crime de assassinato de Tony Pretinho". 

No julgamento desta segunda-feira, os três acusados estão em júri popular. Também faziam parte da denúncia Emanuel Messias de Melo Araújo, o Emanuel Boiadeiro, e José Marcos Silvino dos Santos, já falecidos. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), o crime ocorreu na noite do dia 27 de maio de 2006, numa praça da cidade de Batalha. 

Acusados e vítimas bebiam em bares diferentes, mas, situados na mesma praça. Uma desavença ocorreu naquela noite e, quando as vítimas saiam do estabelecimento, os réus teriam se aproximado do veículo onde elas entraram, efetuando os disparos. Theobaldo Cavalcante Lins também estava no mesmo veículo, mas sobreviveu aos tiros.

O julgamento

Durante depoimento ao juiz John Silas, Theobaldo Cavalcante Lins confirmou que os três acusados participaram dos assassinatos. 

Disse ainda que a fama dos Boiadeiro é "de que matam, extorquem e intimidam a cidade e todo o estado". “Deixei de sair. Minha família vive mais em casa por temer por minha vida. Tenho um filho de 13 anos, só penso nele", contou.

O vereador de Batalha, Alexsandro Rocha Pinto, o Sandro Pinto, entrou em contradição durante depoimento e se limitou a responder as perguntas feitas pelo magistrado. Pinto chegou a ser questionado se tinha medo dos réus. O parlamentar é um dos suspeitos de participar da morte de Neguinho Boiadeiro. 

A terceira testemunha ao ser ouvida foi Gilberto Barbosa, amigo dos réus. Embora estivesse presente no local do crime, preferiu ser sucinto e dizer que "não sabia de nada". 

Outra testemunha, David Saldanha Lima também foi evasiva. Fato que enfureceu o promotor de Justiça, Antônio Vilas Boas Sousa: "Um festival de mentiras. Se fosse possível, eu pediria a prisão das últimas quatro testemunhas".


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