PERIGO

Medidores de energia pegam fogo em conjunto de Satuba

"A garantia já acabou", alega construtora responsável pela obra
Por Bruno Fernandes - Estagiário sob supervisão 25/09/2018 - 10:34

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Primeiro incêndio registrado em agosto deixou parte de residência destruída
Primeiro incêndio registrado em agosto deixou parte de residência destruída

Moradores do conjunto Recanto das Lagoas, na cidade de Satuba, região Metropolitana de Maceió, estão assustados com contadores de energia que pegam fogo em residências do local.

De acordo com síndica do conjunto, Eloize de Lima, duas residências já pegaram fogo em menos de um mês. Uma residência sofreu com o incêndio em agosto e outra no último sábado, 22. 

Ainda segundo Eloize, os dois incêndios foram causados pelos contadores de energia, fatos constatados por equipes do Corpo de Bombeiros.

Neste último incêndio, dois medidores de energia de residências distintas pegaram fogo na quadra K do conjunto habitacional. No entanto, as chamas não atingiram nenhuma casa, pois foram controladas por populares.

“Procuramos a Construtora Sauer, responsável pela construção do conjunto, mas eles alegaram que a garantia já acabou e falaram que não podem fazer nada pelos moradores”, relatou a síndica.

De acordo com o presidente da Comissão Imobiliária da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Alagoas, Anthony Lima, mesmo após o término da garantia, a empresa continua sendo responsável pelos imóveis por se tratar de um ‘vício oculto’.

“Esse tipo de problema não é visto pelos moradores no momento da entrega do imóvel, então eles não teriam como questionar, antes dos problemas começarem a acontecer”, explica o especialista.

Os moradores também são amparados pelo Art 12, do Código de Defesa do Consumidor, que detalha que o construtor responde independentemente da existência de culpa, pela “reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”.

Ainda de acordo com o presidente da comissão, além da construtora, por se tratar de um conjunto construído através do programa Minha Casa, Minha Vida, a Caixa Econômica Federal, gestora e fiadora do projeto, também é responsável por arcar, através do seguro pago mensalmente incluso na mensalidade do imóvel por reparos na estrutura das residências.

“Caso a Caixa Econômica e a construtora se isentem dessa responsabilidade, nós da OAB, recomendamos que os moradores realizem uma perícia com um especialista e entrem com uma ação judicial”, esclareceu.

A reportagem entrou em contato com a Construtora Sauer através do telefone com final 6750, mas não foi atendida até o fechamento da matéria. 


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