TENTOU SUICÍDIO

Mãe que matou filho negava precisar de ajuda psiquiátrica

Jandira da Silva se encontra na Central de Flagrantes no bairro do Farol esperando por laudo psicológico
Por Sofia Sepreny 25/09/2018 - 06:17

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Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A mãe que confessou tentar suicídio e matar o filho em um apartamento no Jardim Petrópolis III, na última quinta-feira, 21, negava ajuda psiquiátrica, segundo a família. 

Jandira da Silva, 46, era viúva há quatro anos e não acreditava estar doente. Conforme sua irmã Jovineide da Silva, Jandira havia recusado tratamento psicológico e não dividia os problemas com a família. 

"A gente até sugeriu pra ela fazer um tratamento, mas ela disse que não tava doente, não. Aí a gente deixou porque ela ficou meio agitada. A gente não tava sabendo porque ela não declarava pra gente o que ela tava sentindo", contou a irmã.

Jovineide afirmou que nas últimas ligações que Jandira fez para família no início da semana antes do ocorrido, ela parecia diferente e não havia ido à casa da mãe no domingo. 

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Jandira perdeu o marido há 4 anos, o coronel da reserva da Polícia Militar Eraldo Cavalcante Vilar. Ele morreu em 2014 por causa de uma infecção generalizada, que começou com um problema na vesícula. Quando o marido morreu, o filho do casal, Luiz Gustavo, ia fazer dois anos. 

Na época, após a morte de Eraldo, os outros filhos dele duvidaram da paternidade de Luiz Gustavo, por causa da idade do pai, mas Jandira conseguiu provar na justiça que Eraldo de fato era pai de Luiz Gustavo.

No dia em que Luiz Gustavo foi encontrado morto e Jandira desmaiada no apartamento, ela foi levada ao Hospital Geral do Estado (HGE) e após receber alta confessou o crime durante oitiva. 

A acusada contou à polícia que abriu as bocas do fogão da casa e colocou o celular para carregar próximo à válvula de saída de gás no intuito de provocar um incêndio tirar a própria vida e a do filho. 

Segundo o delegado Rodrigo Sarmento, na sexta-feira, 21, dia da oitiva, Jandira ainda não tinha noção da dimensão do ocorrido e não sabia da morte da criança. 

No mesmo dia, ela passou por uma audiência de custódia no Fórum da Capital onde foi determinado que Jandira fosse encaminhada ao manicômio judiciário, mas ela ainda está presa na Central de Flagrantes, no Farol. 

Seu advogado, João Carlos Uchoa teme que ela tente cometer suicídio na cela por não estar recebendo assistência médica. A previsão é que ela seja transferida hoje, 25, para o manicômio. 

O corpo da criança de apenas 6 anos continua no Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima.


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