após prisão de jornalista

Evento em Maceió discute a liberdade de imprensa

Por Redação 26/04/2018 - 17:36

ACESSIBILIDADE

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Jornalistas, juristas e formadores de opinião se reuniram na manhã desta quinta-feira, 26, para um debate sobre a liberdade de imprensa. O evento aconteceu no Maceió Mar Hotel, na Ponta Verde, em Maceió. 

A reunião teve como pano de fundo a prisão da jornalista Maria Aparecida de Oliveira, 68, acusada de crime contra a honra do procurador-geral do Estado, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto.

Para o presidente da Caixa de Assistência do Advogado (CAA/AL), Nivaldo Barbosa Júnior, a prisão da jornalista teria sido descabida, uma vez que nem a condenação por esse crime "resultaria nesse tipo de penalidade". 

Segundo o jornalista Odilon Rios, o fato abre precedente para que a Justiça cometa outros abusos de autoridade contra profissionais da comunicação.

Leia mais

"Jornalista é uma criminosa em série", diz procurador-geral 

A socióloga Ana Laurindo, esposa de Rios, aproveitou o momento para lembrar de um drama familiar. “O mesmo juiz que autorizou a prisão de Maria Aparecida foi o mesmo que proibiu meu marido de questionar os motivos da morte do nosso filho”, desabafou.

O advogado da jornalista, Cleto Carneiro, durante palavra, disse que acredita que “Alfredo Gaspar não tinha conhecimento do pedido de prisão”. 

E assegurou que houve não coação no curso do processo. Libertada na quarta-feira, 25, dois dias depois de ter sido presa, a jornalista Maria Aparecida afirmou que irá continuar exercendo sua profissão e que “não tem medo de represálias”.

O juiz aposentado Marcelo Tadeu sugeriu o encaminhamento de um ofício relatando o episódio ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Representantes do CNJ virão semana que vem a Alagoas e poderemos entregar o documento", finalizou.

O caso 

A jornalista Maria Aparecida Oliveira foi presa no início da tarde desta segunda-feira, 23, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Carlos Henrique Pita Duarte, titular da 3ª Vara Criminal. 

A acusação é de três crimes contra a honra e coação no curso do processo. O autor da ação, que corre em segredo de justiça, é o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, por acusações que lhe foram feitas pela jornalista em seu blog durante sua gestão como secretário de Segurança, em 2015.


Encontrou algum erro? Entre em contato