Edição nº 952 / 2017
20/12/2017 - 08:48:00
Verdade negada. Insistente discurso que discrimina contribuições com alíquotas iguais. O trabalhador recebe “x” paga sobre “x”. Se receber “y” pagará sobre “y”. Cada trabalhador contribui sobre o que recebe de modo que, no futuro, receba o benefício ou proventos da aposentadoria na mesma base de sua contribuição. Mas, a infâmia midiática denomina essa isonomia e simetria de “privilégio”.
A verdade e o privilégio, porém, passam por muito longe desse discurso renitente e desonesto.
De fato, cabe reconhecer, a trilionária dívida pública interna é o mais importante vetor das pressões inflacionárias. Ameaça a estabilidade da moeda nacional e os lucros monumentais do capital financeiro rentista. Alguma coisa haveria que ser feita.
Daí a privatização da Previdência Social do Brasil emergiu como uma importante alternativa técnica para socorrer o endividado Tesouro Nacional. Mas, disso não se fala. Culpam o trabalhador que recebe mais do que cinco salários mínimos pelo roubo político.
Os sicários do capital rentista apelidam a privatização da Previdência Social do Brasil de “reforma”. Uma inominável falácia. Infâmia midiática para reduzir a taxa de juros e minimizar o crescente endividamento do Tesouro Nacional. Uma inversão financeira que transfere da previdência pública para a previdência complementar privada o mercado vantajoso que arrecadará bilhões de reais em contribuições praticamente vitalícias sobre os valores que excederem ao teto dos benefícios atuais da previdência geral.
A Previdência Social do Brasil, o mais sólido, líquido e longevo dos ativos nacionais, com envergadura financeira suficiente para estabilizar os rendimentos dos investidores em títulos do Tesouro Nacional, é a bola da vez, é a solução encontrada para proteger o capital rentista e a própria moeda nacional. As vidas e o trabalho do povo brasileiro garantem.
Assim, até que privatizar a Previdência por sobre a mesa não seria irresponsável.
Porém, urdir defeitos para aviltar o preço é roubar através da legislação, dissimular como “reforma” a privatização da Previdência a preço artificiosamente vil, quiçá um punhado de propinas é, sem dúvidas, o golpe do século XXI.