Edição nº 803 / 2015
07/01/2015 - 09:11:00
Sem resolver a crise na saúde- principal promessa de sua campanha- o prefeito Rui Palmeira (PSDB) enfrenta problemas na reeleição. Em 2015, já disse que terá dificuldades financeiras- apesar de os cofres da Prefeitura de Maceió terem, este ano, R$ 100 milhões a mais. Farejando a situação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), articula o nome do médico-cardiologista José Wanderley Neto (PMDB) para disputar, com Rui, a prefeitura da capital em 2016.
Com uma vantagem: Wanderley é da área (saúde). Além disso, seria uma resposta à posição do prefeito, que apoiou o rival de Renan Filho (PMDB), o senador Benedito de Lira (PP).Wanderley Neto era cotado ao secretariado de Renan Filho, mas não quis assumir pasta nenhuma. É uma das três pessoas de maior confiança de Renan-pai e poderia ocupar o cargo que quisesse: os outros são o vice, Luciano Barbosa, que vai para a Educação e Fábio Farias, assumindo Gabinete Civil.Ele foi vice do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Acumulou elogios e críticas.
Na fase mais dura do governo- quando Vilela não conseguia acordo com entidades sindicais por aumento nos salários- Wanderley (até certo ponto) atuou como mediador.Mas, foi desprezado por entidades médicas, ao lembrá-lo que poderia fazer mais pelo setor- a saúde.Atravessando os quatro anos da era tucana, Wanderley chegou a ser cotado ao Ministério da Saúde. Chegaria ao cargo pelas mãos de Renan Calheiros.
Não deu certo.Mas, a Prefeitura de Maceió enfrenta problemas que podem ser positivos ao grupo de oposição. Há uma certeza: haverá um candidato do grupo em 2016. Outras duas certezas: o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) e o ex-prefeito Cícero Almeida (PRTB) carregam, hoje, um desgaste natural. Lessa tem ações na Justiça que podem transformá-lo em ficha suja; Almeida tem a máfia do lixo para prestar contas. E o processo tramita no Judiciário. Ele é acusado liderar uma quadrilha com prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos.Assim, o grupo teria poucas opções. O senador Fernando Collor (PTB) não entraria na disputa à Prefeitura da capital. Sobraria o médico-cardiologista.
Derrota nas urnas
Em 2004, Wanderley Neto foi lançado à Prefeitura de Maceió. Tinha o apoio de Renan Calheiros e Teotonio Vilela Filho. Na época, o grupo que chefiava a capital era da prefeita Kátia Born, que lançou o vice, Alberto Sextafeira. Do outro lado, estava Cícero Almeida. O candidato do PMDB terminou em terceiro lugar. No segundo turno, não apoiou nem Sextafeira nem Almeida. Voltaria a ocupar cargo público em 2006, quando Vilela ganhou a eleição ao governo.