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Voto perdido é o que se dá a gestor inoperante

26/10/2020 - 20:05

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Urna eletrônica
Urna eletrônica

Dados postados recentemente na plataforma do Ministério da Saúde, relativos ao exercício de 2019, mostram que o Brasil investiu, pasme, minguados R$ 3,83 ao dia com a saúde de cada cidadão. O gasto anual por habitante foi de R$ 1.398,53. 

Em cada unidade da federação o valor diverge em função dos respectivos orçamentos, e Alagoas apresentou despesa anual per capta de R$ 1.017,16, dos quais R$452,73 foram oriundos da União, R$300,21 do próprio tesouro estadual e R$264,22 da contrapartida do município de Maceió. Alagoas aparece no ranking como o 19º na ordem de investimento per capta no segmento.

Ou seja, precisamos avançar, e muito. Só com seriedade e comprometimento se pode alcançar maior capacidade de custeio (e/ou prioridade) com a vida da população. Não adianta 'fazer de conta', muito menos professar estratégias mirabolantes, como vemos em toda época de campanha política: os candidatos mostram resolutividade para tudo, mas quem chega lá sempre frustra as expectativas. 

Portanto, convém analisar com cautela em quem votar. Se não há candidato bom, o jeito é pensar em quem vai causar menores danos. Talvez esse critério facilite a decisão e traga assertividade. Uma coisa é certa: perder o voto não é votar em quem não ganhou, e sim votar em quem é incapaz de gerar desenvolvimento – não apenas na saúde, mas em todas as políticas públicas. 

Aliás, por falar em política de saúde pública, vale lembrar a elevação da curva da perspectiva de vida. Com mais idosos, naturalmente, há maior incidência de doenças crônicas. Isso, somado ao crescente índice de sequelas de acidentes, violência e demais fatores externos, tende a colapsar as unidades de atendimento. Implica, entre outras coisas, maior demanda nos serviços de média e alta complexidade. 

Para agravar, o volumoso número de desempregados, ao gerar queda de adesão aos planos de assistência médica (3,5 milhões de brasileiros abandonaram as operadoras em 2019), também contribui com o peso do SUS. Portanto, a carga de responsabilidade do gestor público é enorme. Não cabe governo inoperante, muito menos corrupto, senão nada avança. Votar em quem dispara nas pesquisas pode custar o caro arrependimento tardio. Muito cuidado nessa hora. É a vida de todos que está em jogo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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