colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Um oceano de meias verdades braskeniana

15/08/2022 - 16:24

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Extra/Arquivo
Braskem em Maceió
Braskem em Maceió

Em mais uma nota insipida, de “assessoria” para a mídia local, a Braskem na cara de pau continua a desinformar a população com seus teores milimetricamente esculpidos para tergiversar, edulcorar e confundir as pessoas em relação às graves responsabilidade não cumpridas até agora por ela em relação à cidade. Por conta do megadesastre que ela provocou em nossa capital, fazendo sumir do mapa de nossa capital quase toda a sua região Noroeste compreendida pelos bairros de Bebedouro, Bom Parte, Mutange, Pinheiro, Flexal e Farol, este em parte significativa.

A empresa afirma que “já” fez acordo com quase 13 mil pessoas (sic!). Um primor de diversionismo e mais uma das várias centenas de tentativas da Braskem de desviar o foco da atenção do alagoano e da opinião pública de Alagoas e do Brasil do que ela fez há quatro anos em Maceió e, que até agora continua impune.

Prejuízo que supera a casa da dezena de bilhões de reais, e nunca cobrado pelas gestões anteriores da prefeitura e do governo estadual – que de forma estranha, sabe-se lá por que – fazem cara de paisagem para o bilionário prejuízo material e imaterial provocado a Maceió e Alagoas. Comportamento indigno seguido até aqui por seus respectivos sucessores. Que, quando se sentem pressionados, criam “comissões” e que tais, que se sabe para onde não vão.

A estratégia da empresa de martelar diariamente o alagoano via mídia tradicional e nas redes sociais com noticias facciosas tem como objetivo de manter o leigo “entretido” com lorotas de que está “agindo” em prol dos refugiados ambientais. Ou enfrentar a revolta de 1 milhão de pessoas em relação a manutenção da sua planta industrial química de grande porte da Braskem DENTRO de Maceió.

Essa multinacional não tem nenhum interesse em pagar o que deve, prefere comprar consciências que é mais barato. Aos “refugiados”, é dada a escolha de Sofia: ou assina o acordo do que jeito proposto, ou vão à justiça (que como se sabe, levaria a decisão para as calendas e, sabe-se lá o que de lá sairia...). Não há negociação. Há quatro anos eles tentam abrir canal de negociação com a empresa e nada. E no caso da indústria DENTRO de Maceió, nem isso. Silêncio sepulcral. Dela e de autoridades prevaricantes.

Tem mais: passados quatro anos do desastre, cerca de três mil “refugiados ambientais” da Braskem sequer foram chamadas para fazer o tal “acordo” (sic) proposto pela empresa. Um desprezo total pelo sofrimento dessas pessoas.

E mais: ela, Braskem, até agora não resolveu outro grave problema, a desvalorização dos imóveis que ficam no entorno das áreas destruídas pela empresa. Descaso total com o cidadão afetado pela irresponsabilidade, imperícia e imprudência operacional daquela empresa.

Ainda não acabou. Recentemente explodiu o problema dos Flexais – que estão em pé de guerra, com justíssima razão – pelo ilhamento socioeconômico que os residentes vem sofrendo, provocado pelo esvaziamento caótico de partes daqueles bairros e outras, não.

Mais uma: há pouco estourou a notícia de que no município do Pilar, integrante da grande Maceió, casas de um bairro local começam a apresentar rachaduras... O problema não acaba.

Por que autoridades (Executivo, Legislativo e Judiciário) não agem em defesa de Maceió, de Alagoas e da população? Pelo que estou sabendo essas autoridades serão levadas às barras dos tribunais holandeses. Aguarda-se apenas a corte nórdica aceitar à primeira proposta que está tramitando por lá contra a Braskem. É no que dá prevaricar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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