colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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Isso é caso de polícia!

31/07/2022 - 14:41

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Agência Brasil
Aposentados acham que teriam no consignado um alívio
Aposentados acham que teriam no consignado um alívio

O Congresso Nacional, como de resto qualquer casa legislativa em um país democrático, está coalhado de lobbies e lobistas dos mais diversos naipes. Mas tem alguns – e o caso brasileiro não é exceção- que se destacam por sua organização e capacidade de “influenciar” suas excelências congressistas. O lobby do setor financeiro está certamente entre os mais eficazes.

Sempre trabalhando em surdina e por “debaixo dos panos”, o setor nos últimos 15 a 20 anos basicamente “cercou” todos os eventuais furos da legislação brasileira que poderiam, de uma forma ou de outra, beneficiar o consumidor, isto é, os seus usuários e clientes em geral.

Foi até mais longe: fez aprovar uma série de medidas claramente protetivas que não estavam previstas na legislação brasileira, em detrimento do cidadão e dos consumidores de serviços bancários e financeiros em geral.

Um dos segmentos com suspeição de operações irregulares em prejuízo do consumidor, ou seja, do tomador de recursos, é o do famigerado empréstimo consignado – que é uma modalidade de empréstimo em que o banco tem permissão para deduzir as prestações diretamente do salário ou aposentadoria do cliente. Ou seja, risco zero. De onde se deduzia que os juros a serem cobrados seriam ínfimos. Como de fato foram no início.

Por que, numa sequência de “aprove-se” do Banco Central (será por quê?), as taxas de juros foram subindo paulatinamente e hoje já se pratica juros da ordem de 4,98%! Para operação com riso zero! É quase o juro que agiotas cobram a clientes de alto risco no mercado informal! Uma taxa criminosa que conta com o beneplácito do governo federal e do Banco Central.

Mas a roubalheira dos bancos não ficou nisso. Insatisfeitos com os aumentos dos juros para níveis estratosféricos cobrados dos incautos aposentados que, no aperto financeiro em que vivem, acham que teriam no consignado um alívio. Que nada!

O que o sistema financeiro fez para tomar ainda mais o minguado dinheirinho dos velhinhos? Há alguns anos ampliou o limite de endividamento de 20% do total da aposentadoria para 30% e mais recentemente de forma ladina, aproveitando-se de um Congresso liderado pelo Centrão propôs a temeridade de que os “beneficiários” (sic) poderiam comprometer 40% do valor das suas aposentadorias em operações com prazo de até dois anos! A medida pasmem os senhores, já recebeu o aval da Câmara e do Senado. E isso, meus senhores vale inclusive para os miseráveis do “Auxilio Brasil”.

Esses sacanas não perdoam nada, nem ninguém, são vampiros do sangue dos pobres e miseráveis desse país. Como pode esses cafajestes donos de bancos se atreverem a quere tomar o dinheiro de miseráveis que moram debaixo da ponte, que estão desempregados cronicamente, é uma abuso incomensurável! É preciso dar um basta nesse roubalheira dos bancos e do sistema financeiro em cima da miséria que é paga aos aposentados deste país e ainda pior ao socorro financeiro que a duras penas os abandonados pela sorte acabam de conquistar.

Isso não é caso de polícia!!!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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