colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Um mega desastre contratado

10/04/2022 - 09:26
Atualização: 10/04/2022 - 09:30

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Urna eletrônica
Urna eletrônica

“Das duas, uma: ou as forças genuinamente democráticas da sociedade superam veleidades e constroem uma alternativa responsável às forças do atraso que ora parecem triunfar, ou o País tem um encontro marcado com um desastre ainda maior do que o atual a partir de 2023” foi com esta frase que o Estadão do dia 08 de abril deste ano encerrou um parágrafo do seu editorial “Catástrofe contratada”. Premonição? Adivinhação? Palpite? Ou tudo junto? Eu arriscaria dizer que nenhuma dessas opções. A frase é na verdade de um realismo cruento, de total realismo para aqueles preocupados com o futuro deste país.

Se as candidaturas de Lula e Bolsonaro vingarem não resta dúvida que o país estará agendando de 2023 até 2026 um atropelo ainda maior do que foram os desgovernos petista e bolsonarista. O que o eleitor brasileiro de um ou do outro estará dando a eles é a licença para continuarem a aprofundar ainda mais a gigantesca crise que um provocou e o outro geometrizou. Uma inigualável crise econômica, social, moral e de costumes. E ponto.

E para entender isso, não precisa ser “analista” prá traduzir o que os dois andam falando e propondo por aí. O que eles querem mesmo é piorar ainda mais coisas, um para dar um golpe que nunca lhe saiu da cabeça. O outro, por que é irresponsável e quadrilheiro, seu compromisso é o de pilhar tudo que lhe apareça à frente.

Tenho dito amiúde que este país está literalmente na lona, que este presidente atual não sabe nem onde fica a porta de entrada do gabinete presidencial, tal é o seu desinteresse pelas agruras da Nação. A ele só interessa duas coisas, manter o Centrão satisfeito – e evitar o impeachment - franqueando as portas dos caixas do governo para a roubalheira que os mesmos parlamentares que roubaram junto com Lula voltassem a delinquir de novo - em maior grau e intensidade que na época do petista, e sem ninguém para reprimi-los – e, em segundo lugar, a sua reeleição. A bandalha miliciana é ainda maior que a do petista.

O outro, o petista, não tem como botar a cara na rua com medo da reação do povo, que sabe de toda a bandalha que ele praticou, embora o Supremo (ou mínimo?) o tenha agraciado com uma liberdade que ele não tem direito, numa patacoada digna da república de bananas que este país se tornou nas mãos dos dois canalhas. Só faz reunião “controlada”, na presença de sua claque remunerada. E pior, já disse com todas as letras que não vai e não tem que se desculpar da bandalha que foram os dois governos petistas do qual ele é o “dono”.

Pergunto: como alguém em sã consciência pode entregar os destinos de um país de 215 milhões de pessoas nas mãos desses dois crápulas? Hábeis açuladores de idiotas úteis radicalizados para fazerem do ódio, da mentira grosseira e da dissimulação, instrumentos de ação política para interditar o diálogo propositivo e democrático, dividindo a Nação no infame “nós contra eles”, como se o mundo fosse composto dos brutamontes, dos beócios e dos marginais que os acompanham.

O país se desmancha e os dois, nem aí para isso. Nada de propostas sérias, nada de nada. É o caos anunciado. Ou as forças democráticas deste país se organizam em torno de um nome que galvanize a população e que se constitua numa alternativa real e viável ao bonde do atraso e da roubalheira ou, podem escrever aí: este país estará marcando um encontro com o maior desastre dos seus quinhentos e poucos anos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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