colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Lula agora quer que a imprensa peça perdão

27/03/2022 - 07:24
Atualização: 27/03/2022 - 07:27

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R7
Ex-presidente Lula
Ex-presidente Lula

Com este titulo a revista Isto É dessa semana publicou uma artigo do colunista Ricardo Kertzman em que o autor magistralmente respondeu à exigência da “alma mais honesta deste mundo” segundo ele mesmo, o corrupto que nos governos petistas comandou a bandalha que quebrou o país de cabo a rabo. O texto é um primor de humor ácido rascante cujas palavras assino embaixo. Por isso, pedindo licença à revista e ao autor, reproduzo-o por completo:

Oh, grande líder do mensalão e do petrolão, estes dois esquemas fantasiosos de corrupção que assaltaram o Brasil, humildemente eu lhe peço desculpas – no jargão jurídico, escusas. Oh, alma mais honesta deste País, por favor, me perdoe. Nos perdoe! Oh, ‘amigo de meu pai’, que não é dono de sítio e de tríplex, nos conceda a graça de sua santa clemência.

Perdoe Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. Perdoe os três desembargadores do Rio Grande do Sul e os cinco ministros do STJ. Ah! Perdoe, também, os quatro ou cinco ministros do STF que, injustamente, como os demais magistrados citados acima, cometeram tamanha crueldade ao condenar alguém tão limpo e probo assim.

Perdoe todas as oitenta fases daquela operação ilegal a que assistimos durante seis anos. Perdoe os mais de seis bilhões de reais recuperados e devolvidos aos cofres públicos do País. Perdoe as mais de duzentas condenações, que somaram mais de três mil anos de prisão. Tudo isso foi uma brutal perseguição orquestrada pelo FBI e a CIA.

Perdoe grande e amado pai dos pobres brasileiros, os arbitrários e ilegais mil e quinhentos mandados de busca e apreensão; as duzentas e tantas conduções coercitivas – inclusive a sua – injustificadas; os trezentos mandados de prisão (temporárias e preventivas) sem o menor cabimento. É que vivemos tempos sombrios de exceção no País, entende?

Por caridade, perdoe também as dezenas de ações de improbidade administrativa, que resultaram em processos de mais de 40 bilhões de reais. E perdoe as dezenas de executivos da Odebrecht, OAS e outras empreiteiras inocentes e honestas, como o senhor, que o delataram e apresentaram documentos (falsos, é claro) provando as acusações.

Igualmente, não se esqueça de perdoar seus amigos de décadas, parceiros da maior intimidade e confiança, como Emílio e Marcelo Odebrecht, Léo pinheiro, Antônio Palocci, entre outros, que não apenas o acusaram de corrupção, como também apresentaram recibos e planilhas (sim, eu sei, tudo falso!!) comprovando o que disseram.

E perdoe todos os últimos tesoureiros do PT, presos por crimes diversos, como corrupção e lavagem de dinheiro – o senhor já ouviu falar nestes crimes, grande líder? E também José Dirceu, Aloizio Mercadante, Gleisi Hoffmann, Guido Mantega, João Cunha, José Genuíno, Paulo Bernardo, etc., pois alvos da Justiça, que mancharam seu honrado nome.

Sim, tanta gente em volta, gente do mais íntimo círculo de sua confiança que o traiu e se envolveu em negociatas. Mas graças à sua mãe que ‘nasceu analfabeta’, o senhor sempre resistiu às tentações do vil metal, não é mesmo? Malditos sejam aqueles que plantaram vinhos raros, pedalinhos e outras provas em seu desfavor, apenas para incriminá-lo.

Perdoe William Bonner e a Globo. Perdoe o saudoso Ricardo Boechat e a Band. Perdoe a FSP, o Estadão, a Veja, a IstoÉ, o Estado de Minas, enfim, perdoe este desconhecido e insignificante colunista por tantas mentiras e ofensas que os fatos e a história insistiram em nos atirar aos olhos. Perdoe aquele delírio coletivo, sumo Lula da Silva! Nós, pobres mortais pecadores, carecemos de seu divino perdão. Ou melhor: pai nos perdoe. Não sabíamos o que fazíamos. Assim está bem, Santo Lula?

Aos bolsonaristas: não fiquem achando graça. Próximo domingo tem pra ele,

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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