colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

365 dias e contando

31/12/2021 - 10:16
Atualização: 31/12/2021 - 10:21

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Ano de 2022 será de restrições, segundo economista
Ano de 2022 será de restrições, segundo economista

Chegamos a 2022.

O Brasil fechou 2021 pior que 2020. E 2022 será muito pior que 2021. Estagflacionados na atividade econômica (situação extrema de alto risco), com enorme instabilidade financeira (decorrente da instabilidade política que deverá aumentar ainda mais neste ano), com uma desigualdade que nos coloca como o segundo país mais desigual do mundo (ainda mais exacerbada na pandemia) e um cenário internacional desafiador (aumento dos juros externos) para países pobres e emergentes, como no nosso caso.

O PIB para 2022 está estimado em 0,4% segundo o relatório Focus. Mas, para não fugir aos anos anteriores vamos mais uma vez discordar das estimativas do mercado (em geral, sempre muito otimistas) para cravar um crescimento negativo no ano que agora se inicia.

Há razões para o pessimismo. Os juros iniciaram 2021 em 2% e vão fechar o ano em 11,5% a.a. e o resultado é a trava do crédito (dinheiro ficando muito caro), redução brutal do investimento (já era quase nada) e do consumo (pela perda de renda do consumidor, o alto grau de endividamento da sociedade – 75% - e aumento do número de inadimplentes – 34,5% - segundo a Confederação Nacional do Comércio), provocando queda na atividade econômica (tudo que um país em estagflação não pode querer).

As reformas estruturais, absolutamente necessárias para mudar o cenário interno no médio e longo prazo, mas uma vez serão postergadas, empurradas de barriga por este governo anormal. Elas poderiam vir a ser um importante sinal para o mercado e as empresas que poderia até melhor o humor destes em relação ao país. Mas com Bolsonaro não tem disso não, o papo é o do quanto pior melhor. O Brasil é um grande transatlântico navegando em mares revoltos com um comandante inoperante.

São tantos e tão diversos os problemas a serem enfrentados que a sensação que nos dá é de exaustão. Os brasileiros, estamos exaustos, as empresas em SOS permanente, os financistas de cabelo em pé e enviando prá fora o máximo de recursos possível, o congresso insistindo em encontrar maneiras de roubar mais o dinheiro público e prometendo os mesmos milagres de sempre – mas só depois que vencerem a eleição, claro! (e ainda tem quem caia nessa arapuca ou, de tão miserável, venda o voto por 100 reais para algum canalha, e pronto: tá eleito mais um representante do povo (sic!).

Os riscos econômicos para 2022 já estão precificados há algum tempo. Será um ano de cão. De enormes desafios. Mas, enquanto isso Bolsonaro continua apostando no quanto pior melhor. Não está nem aí para o estado lastimável da economia, e menos ainda para a vida das pessoas. A luta dele agora é para não deixar que os nossos filhos e netos se vacinem, um vândalo criminoso.

Nesta eleição de 2022, o cidadão não pode permitir que a discussão fuja do âmbito da economia, da corrupção endêmica e das soluções para o Brasil. A lorota do nós contra eles que elegeu Lula e Bolsonaro só interessa aos dois pústulas. E o que interessa e é bom para eles, é ruim para nós, os brasileiros e para a Nação.

Os dois tem que explicar tim, tim, por tim, tim, o que não fizeram pelo país e, principalmente, o que fizeram de muito ruim pelo Brasil. E imprensa terá papel fundamental para deixá-los durante toda a campanha contra a parede. Apenas trazendo a tona a verdade que eles fazem absoluta questão de esconder.

2022 será um ano-teste dificílimo. Mas se quisermos um 2023 melhor é preciso varrer da política essas duas figuras do atraso, da roubalheira, da corrupção desenfreada e sem qualquer compromisso com a Nação e seu povo. E eleger alguém que seja exatamente a antítese dos dois.

Faltam 365 dias e contando...

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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