colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

A “venezuelização” do Brasil, quem diria!

17/10/2021 - 08:44
Atualização: 17/10/2021 - 09:07

ACESSIBILIDADE

Bruno Fernandes
Uma calamidade sob qualquer ponto de vista
Uma calamidade sob qualquer ponto de vista

No Brasil atualmente 20 milhões de pessoas passam fome. Estamos falando de 20 Maceiós esfomeadas ou 3 estados do Rio de Janeiro passando fome. Uma calamidade sob qualquer ponto de vista, e em qualquer lugar do mundo, até mesmo nos países mais pobres da paupérrima África. Os jornais, a televisão, as redes sociais, o noticiário em geral registram dia sim, outro também cenas do amargo processo de Venezuelização que toma conta do Brasil nos últimos tempos.

São cidadãos e cidadãs que sem dinheiro, nem opção de onde buscar alimentos para si e seus familiares passaram – tal como cachorro de rua – a procurar nos restos de comida dos lixos das residências, qualquer coisa para comer; ou comprando com seus recursos minguados em açougues ossos que contenham resquícios de carne; ou pessoas que começam a roubar em mercearias e supermercados comida para não morrer de fome, um péssimo sinal que temos alertado há algum tempo, em relação à deterioração do tecido social deste país; ou o aumento exacerbado de crianças nos faróis das cidades esmolando alguns reles centavos para, ao final do dia de “trabalho” comprar pão e leite para si e a família, como vi recentemente.

Os números, na verdade são ainda mais estarrecedores. Os 20 milhões dos que já estão passando fome se trata tão somente da ponta de um iceberg muito, mas muito maior. Existem outras 43 milhões de pessoas que não tem acesso a quantidades suficientes de alimento, o que equivale dizer um total de cidadãos e cidadãs brasileiros, maior que a soma das pessoas que residem nos dois estados de maior população do país, São Paulo (44 milhões) e Minas Gerais (20 milhões)!

Mas não para por aí. Existem outras 74 milhões de pessoas que convivem diariamente com a insegurança alimentar, que é quando o indivíduo não tem acesso pleno e permanente a alimentos para seu dia a dia. Ou seja, estamos falando de nada menos que um total de 147 milhões de pessoas, 3 vezes maior que a população do Nordeste brasileiro, no limite ou já vivendo na penúria, quase 70% da população deste país exportador de alimentos!

Enquanto isso, suas excrescências federais, continuam a se lambuzarem dividindo o butim do que ainda sobrou do orçamento da união, numa fétida, insensível e insensata atitude criminosa, enquanto brasileiros morrem de fome. E eles ainda têm o desplante de fazerem discursos reclamando prioridade para a área social. Mas como fazer isso, se a fome por recursos públicos desses gatunos só aumenta. São as imundas emendas parlamentares que estão interditando a liberação de recursos que pode matar a fome e a sede de 70% da população brasileira.

A ganância desses cafajestes não tem tamanho, nem vergonha. Querem mais, tudo que puderem embolsar. E para isso não medem consequência. Agora, estão manobrando nos bastidores para a prorrogação do auxilio emergencial. Peninha de quem está com fome? Que nada! Estão é manobrando para se locupletarem de ainda mais recursos públicos, já que como o auxilio é classificado como despesa extra teto de gastos, vai sobrar mais espaços para mais emendas, diga-se, mais ladroagem dos safados e dinheiro aplicado em obras eleitoreiras dividindo a propina com os prefeitos. Simples assim.

Enquanto ao mesmo tempo alardeiam nas diversas mídias empatia e senso de urgência diante da dramaticidade do quadro vivido pelos pobres deste país.

Já estamos “Venezuelados”, o povo passando necessidades e fome como lá e os nababos ladravazes encastelados no poder roubando tudo que podem como se o mundo fosse acabar amanhã, como cá. Duas elites dirigentes criminosas. Só falta saber das transações com drogas por aqui, para serem cópias uma da outra. Mas que já tem gente fazendo isso no parlamento, ah, tem!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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