colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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Lula e Bolsonaro: Dois Morubixabas de uma nação vilipendiada

23/05/2021 - 08:07

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O atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Lula
O atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Lula

“É a economia estúpido” com essa frase o então candidato a presidência da república dos Estados Unidos, Bill Clinton corrigiu o foco que seu estrategista principal queria dar na direção da sua campanha, o que terminou sendo vital para sua vitória.

De lá para cá, a frase se tornou universalmente conhecida e, é – como agora – utilizada para realçar a principal questão a ser enfrentada por qualquer candidato a chefe de Estado em qualquer lugar democrático do mundo quando as coisas andam mal na economia.

No Brasil pós-petismo, Temer e de Bolsonaro, o país está se vendo obrigado a acrescer às suas discussões para as próximas eleições, duas outras questões ingentes e não resolvidas.

A corrupção endêmica e pantagruélica que continua a nos assolar, apesar da lufada de vento que foi a Lava Jato, miseravelmente atacada e ferida de morte pelo Supremo e por seu próprio chefe, o procurador geral e; a falsa dicotomia política – na verdade, a pior alternativa – com que Lula, o condenado nas três instâncias da justiça e “anistiado” (sic) com o “apoio” luxuoso do Supremo e Bolsonaro (um psicopata genocida que já é o pior presidente da república de todos os tempos) querem impingir ao Brasil e às demais forças políticas do país apenas as suas candidaturas.

Mas não é bem assim. Nessa história, Lula, de inicio leva certa vantagem sobre Bolsonaro que vai entregar em 2022 um país quebrado e sem perspectiva de crescimento real graças a sua inoperância e incapacidade atávica de produzir qualquer coisa de positivo como, as reformas estruturantes que poderiam ajudar a estabilizar e tirar o país da UTI e recolocá-lo na senda do desenvolvimento. A frase de Clinton para ele é, certamente, premonitória. Em 2021, o crescimento do PIB não passa de 3,5%, insuficientes até para zerar a queda de 5,5% de 2020. Chegará a 2022 ferido e morte pela economia.

Por outro lado, o chefe do bando petista vai ter que se explicar, e muito, em relação à verdadeira “blitzkriger” da roubalheira sem freios e limites que ele, seu partido, asseclas e uma miríade de partidos e políticos ladrões associados produziram para levar o país à bancarrota. A prisão de centenas de políticos, ladrões do colarinho branco, bandidos comuns e outros sequazes a serviço da roubalheira vermelha, e os bilhões de Reais devolvidos aos cofres públicos, estão aí para comprovar a insana roubalheira e assombrar os ladrões vermelhos, Lula à frente.

Ele acha que não terá que se explicar. E conta com o beneplácito de parte da grande mídia para ajudá-lo a tergiversar, a mentir descaradamente como é de seu feitio. Mas vai ter que se explicar, sim. E aí a coisa certamente começará a pegar para o lado dele. E o desgaste virá junto. E isso não é uma aposta.

Agora, é preciso que se diga que os dois representam tão somente os extremos da política desse país e não, em absoluto, a maioria da população que os rejeita liminarmente. Mas poderá ter que aturar um ou outro se o quadro não for mudado e forças centristas desvinculadas da esculhambação que se tornou a política nacional não reagirem.

A questão central agora é, como pavimentar, urgente, uma rota vitoriosa pelo centro político da Nação coalhado de pretensos candidatos - circulando quase todos eles em torno de 4% de intenções de votos - que não abrem mão de suas postulações.

É preciso estabelecer o mais rápido possível, critérios e cenários que viabilizem o surgimento de alternativa factível para tirar o país desse imbróglio dicotômico-criminoso Lula-Bolsonaro.

Um bom critério de início seria encontrar alguém experiente, com bom trânsito político, ampla aceitação nos círculos empresariais e, sobretudo, com passado limpo para se contrapor aos dois pretensos morubixabas da Nação.

E, com realizações suficientes para convencer o eleitor traído e ressabiado que deveria apostar nele. E, fundamental: que se comprometa em exercer um único mandato de transição, o que certamente quebraria resistências de boa parte dos atuais “candidatos” que congestionam a “Avenida Centro” abrindo sendas na rota que nos livre dos dois indesejados.

Não será fácil. Mas não é impossível.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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