colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

SUPREMO ESCÁRNIO

07/05/2021 - 10:57

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Não tem jeito. Todas às vezes que me preparo para ter um olhar menos severo em relação às patranhas cometidas pelos poderosos deste país, logo surge mais uma, e são cada vez maiores. E piores.

O brilhante Tom Jobim já dizia que o Brasil não é para principiantes. Não é mesmo. Mas Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda (governo FHC) certamente um dos mais bem preparados quadros que este país lotado de Macunaímas já produziu, foi definitivo: “No Brasil até o passado é incerto”.

Seu vaticínio acaba de ser corroborado pelo Supremo e sua infame decisão de anular todos os processos do Luladrão na 13ª vara federal de Curitiba, deixando-o livre para voltar a infernizar a vida dos brasileiros e tentar finalizar sua “obra” de roubar tudo o que ainda restou ou tenha sobrado depois do Tsunami petista.

Nesse meio tempo, achando pouco, a maioria dos “supremos” segundo auto nomeação do “ínclito” Gilmar Mendes, declarou suspeito o correto ex-juiz Moro. Um deboche inaudito com a Nação perpetrado em nome sabe-se lá de que interesses. É o famoso caso do solte o ladrão, e prenda o juiz.

O supremo escárnio engendrado contra as Leis Brasileiras (por seus crimes, o meliante já havia sido julgado em alguns deles nas 3 instâncias da justiça) por suas “excelências”, contra qualquer dose de razoabilidade e utilizando-se (dizendo que não) de provas ilegais e de gincanas jurídicas para livrar o ladrão, certamente vai reverberar - infelizmente - logo, logo, nos demais instâncias da justiça brasileira. A já antiga fama de super lenta para os nababos e hiper-rápida para os três P, pretos, putas e pobres, só tende a crescer.

Foi uma tapa na cara na Nação, disso não resta a menor dúvida. E seus efeitos deletérios já se fazem sentir. Todos os corruptos e ladrões pegos pela Lava Jato se preparam para pedir isonomia para seus casos. Logo, logo, podemos estar passando pelo supremo vexame mundial de ter que devolver os bilhões roubados para aquelas figuras malsãs, pelo “despautério e a audácia” de tê-los colocado na cadeia (ou respondendo processos), a fina flor da ladroagem nacional.

Na economia, o Brasil vai pagar um preço enorme pela malsinada decisão do Supremo. Interna e externamente. Ainda é muito cedo para avaliar os efeitos deletérios da mesma no tecido econômico nacional. Mas do ponto de vista externo, um país quebrado, governado por um incompetente que só pensa em dar um golpe e virar ditador e com uma insegurança jurídica dessas, certamente não é o local mais propício para se investir. Muito pelo contrário.

A saída de capitais se acelera, crescem as taxas cobradas para o refinanciamento da dívida, multinacionais começam, a deixar o país. E num cenário de deterioração da justiça e da economia, isso pode ficar ainda pior.

A ver.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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