colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

O LEGADO DE BOLSONARO

20/02/2021 - 09:03

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Agência Brasil
Presidente Jair Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro

Logo no inicio desta pandemia economistas e estudiosos de todas as vertentes projetaram que a recuperação da economia brasileira no pós Covid-19 poderia se dar de acordo uma “sopa de letrinhas”, V, W, L, cada uma indicando um tipo diferente de recuperação. O ministro Guedes, por exemplo, cravou e insistiu que ela seria em V. Ou seja, logo após a chegada ao fundo do poço, a economia reagiria vigorosa e rapidamente e, retomaria patamares similares aos de 2019 (aliás, um péssimo ano do ponto de vista de crescimento econômico).

De lá para cá, muita água rolou por debaixo da ponte: o país não controlou a primeira onda da pandemia, viu dois ministros da saúde serem demitidos por se negarem a defender as ideias estapafúrdias do presidente da república, assiste estarrecido a gestão criminosa da pandemia por Bolsonaro e seu general-ministro da saúde (sic), um pau mandado incompetente, vê o recrudescimento do vírus que trouxe o país à segunda onda da COVID-19, voltando a matar mais de mil brasileiros todos os dias e, sem sinais de arrefecimento.

No ínterim, cerca de um milhão de pequenas e micros empresas faliram, o auxílio emergencial aos mais pobres acabou, o desemprego aumentou, o Centrão passou a dar as cartas no país e na economia, as reformas – urgentes e necessárias - não saíram do papel e quase ¼ de milhão de pessoas morreram na pandemia.

E o presidente - inimigo de qualquer tratamento que não a meizinha que ele “receita” para combater a COVID - continua na sua ensandecida corrida em prol de sua reeleição custe o que custar. O Brasil? Que se F.!

Sem obras ou realizações de vulto em seu governo, sua mais recente “performance” se deu com a ridícula tentativa se apropriar da paternidade da vinda da vacina CORONAVAC para o Brasil, que todos sabem se deu através do governo do Estado de São Paulo. Típico de quem já se apropriou de obras do corrupto governo petista para “reinaugurá-las” na cara de pau.

Na pandemia, além de não combatê-la, ainda boicota qualquer iniciativa nesse sentido e insiste em manter um lambe-botas incompetente à frente do ministério da saúde para nada resolver e complicar ainda mais a grave situação que o país vivencia.

Seu conhecido desprezo pela vida humana produziu outra frase infame sugerindo ao brasileiro engolir o choro em aceitação resignada por aqueles que estão morrendo graças à sua inépcia, numa asquerosa tentativa sociopata de fulanizar a morte. Vacinar as pessoas que é bom, nada.

Resultado: a recuperação brasileira – isso quando acontecer (não se dará antes de 2023) – será em K, ou seja, a divisão do “bolo” será ainda mais concentrada entre raros setores “vencedores” de sempre, deixando o “resto” aos demais que deverão se satisfazer com menos de 30% do “bolo”. Este governo está contratando ainda mais desigualdade num país campeão em desigualdades, mais desemprego, menores salários, aumento da violência. Maior pobreza, enfim.

Será este o “legado” que ele entregará em 2022. Exato o contrário do prometido em 2018. Volto ao tema.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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