colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Negacionismo e incompetência na vacinação

16/02/2021 - 08:36
Atualização: 16/02/2021 - 08:40

ACESSIBILIDADE

Agencia Brasil
Vacinação contra covid-19
Vacinação contra covid-19

O presidente da República insiste na sanha de encontrar uma narrativa que o livre do fiasco e desmoralização que sofreu no episódio da vacina Coronavac que ele chamava de “vacina chinesa do Dória”, sendo, no entanto, obrigado a engolir a vitória do governador de São Paulo na guerra de comunicação pela paternidade da vinda da vacina ao Brasil.

Não custa relembrar que ele é responsável direto pela insistente e desarrazoada publicidade do tratamento precoce da COVID com cloroquina, hidroxcloroquina e outras meizinhas desautorizadas por cientistas do mundo todo, mas defendida por fanáticos Bolsonaristas que se afirmam médicos (sic!).

É de sua “larva” também a campanha negacionista contra a COVID-19, a luta pessoal contra o isolamento social que aumentou vorazmente o número de mortos no país nos fazendo “vice campeões mundiais na categoria”, o reiterado boicote às vacinas, inclusive bloqueando iniciativas do ministério da saúde nesse sentido, isso além de atuar de forma direta para abalar a confiança do brasileiro na eficácia das mesmas.

Não a toa sua popularidade despenca rápido nas pesquisas de opinião. O que o deixa desesperado atrás de outra narrativa qualquer que o tire do pântano em que adentrou com os próprios pés, mãos e alma. A bola da vez agora é um spray israelense.

Isso no instante em que as pouquíssimas “vacinas chinesas do Doria” que seu governo incompetente adquiriu (ainda não assinou o contrato para assegurar um total de 100 milhões de Coronavac, diga-se de passagem) acabam nos postos de saúde de todo os Estados, sem que se tenha vacinado sequer a população acima de 80 anos.

Diga-se de passagem, num momento de enorme recrudescimento da pandemia que vem matando mais de 1.000 brasileiros diariamente há praticamente um mês, sem que nenhuma medida efetiva do governo federal seja tomada para frear a disseminação do vírus.

Mais uma vez ele se lança a vender um “remédio milagroso” que ainda está na fase 1 de pesquisas, portanto, distante de resultados efetivos, na tentativa de malsã de encontrar uma narrativa que o tire da vexaminosa situação em que se encontra.

O Spray nasal é uma das vertentes que vem sendo estudadas não apenas em Israel, mas em vários países como alternativa suplementar às vacinas mas que no momento não passa de resultados promissores na fase 1 das pesquisas. Tem ainda um longo caminho a ser percorrido antes de eventualmente vir a ter o ok dos órgãos reguladores.

O que ele não fala, até por que desnudaria sua generalizada incompetência é que o Brasil para vacinar 90% da sua população demandará pelo menos 300 milhões de vacinas, que seu ministro da saúde alardeia já ter acertado (mas não mostra os contratos). E como já estamos no final de fevereiro e até agora somente 5,5 milhões de pessoas foram vacinadas em praticamente um mês e meio, mesmo que se dobre esse número em igual período, só teríamos toda a população com cobertura vacinal em, no mínimo 27 meses!

E disso ele não fala. Fica de bico calado querendo mais uma vez engabelar incautos com sua verborragia de quinta categoria.

Fiquem alertas para mais esse engodo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato