Um tal de dia D e hora H... ninguém merece
Em política existe um ditado para explicitar uma tramoia: “Jabuti não sobe em árvore”. Pois bem, em plena temporada de tentativa de golpe trumpiana, charlatão mais para palhaço que político que insanamente mandou invadir o Congresso Nacional americano, eis que em terras tupiniquins, seu fã brasileiro, notório useiro e vezeiro de arroubos golpistas, anuncia aos quatro ventos que em 2022, por aqui, a coisa vai ser no mesmo diapasão do bufão americano.
Segunda-feira desta semana, a nação ouviu o fã local do Trump (aquele embevecido I love you dito por ele ao vivo para o mundo para o americano bufão, foi impagável) que achando pouco o que o love dele fez por lá, prometeu que em 2022, no Brasil, pode fazer ainda pior.
E como desgraça pouco é bobagem, além das costumeiras bravatas diárias, do negacionismo doentio – é o responsável direto pela tragédia que se abate sobre este país nesta pandemia e, imbatível como pior gestão do país nos últimos 50 anos – agora é pai “espiritual” da ideia de jerico de dar às polícias estaduais “mais autonomia” criando um “mandato” (sic!) para seus comandantes e subordinando-as à União.
Para quem conhece o sujeito, defensor ardoroso de ditaduras, golpista nas horas vagas, de personalidade psicopática e amigão de milicianos, a iniciativa não é surpresa. O problema é o que está por detrás disso: outro passo rumo a 2022 e às ações antidemocráticas que ele já anuncia – antidemocraticamente – que irá promover, se perder as eleições. Simples assim.
Flagrada a preparação do jabuti que teve o aval do Ministério da Justiça (cadê um único congressista para convocar o ministro para ele se explicar?!) é provável que ele vá à hibernação provisória em alguma gaveta palaciana até os ânimos dos governadores, o incômodo causado na cúpula militar ativa e o foco da imprensa, se dissipem.
É preciso parar esse sujeito. Ele está ampliando e não reduzindo a divisão do país provocada pelo petismo ladrão, superando-os no seu paroxismo. Chega de bazófias, de extremismos de opereta, até porque se sabe que na hora do vamos ver, apertado, covarde e cavilosamente, pula de banda” de qualquer pressão maior e joga a culpa no primeiro que estiver à sua frente.
O que Bolsonaro precisa fazer, e não faz, é cuidar do País, da retomada econômica, da aprovação das reformas estruturais (vai sair do governo e entregar o País pior que o da era final petista), é cuidar das vidas das pessoas que estão morrendo à míngua feito moscas por falta de vacina, pela falta do mínimo de empatia dele para com o sofrimento do brasileiro.
Até agora foram dois anos de nada. Exceto intrigas, defesa do filho corrupto, tentativa canhestra de golpe, desmonte das estruturas de fiscalização e repressão do Estado, alinhamento na defesa de milicianos amigos, de toscas iniciativas na área de costumes e ambiental, necessárias, mas operadas inabilmente por neófitos incompetentes, e uma associação com o que tem de pior no Centrão.
E um enorme, gigantesco deserto de novas obras, novos projetos, planos para o futuro da 9ª maior economia do mundo. Nada, nadica de nada. Ainda por cima, incompetente, afirma que nada pode fazer, pois o País está quebrado. Em primeiro lugar, países não quebram e em segundo renuncie, já que é incapaz de governar um país do tamanho e importância do Brasil.
Para não esquecermos: 15 de janeiro faz 30 dias que o mundo iniciou a vacinação. Por aqui não temos vacina, seringas, logística, estratégia. Temos um tal de dia D e hora H.
Ninguém merece!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA