colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Que tal propostas ao invés de fake news ?

10/08/2020 - 13:30

ACESSIBILIDADE


Em tempos de fake news e de aprendizes desqualificados da teoria de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, de que uma mentira seguidamente repetida torna-se verdade, a revista Science publicou estudo em que identificou, apenas no Twitter, no período entre 2006 e 2017, 126 mil histórias inverídicas compartilhadas na rede por mais de 3 milhões de pessoas. E constatou que a probabilidade de compartilhamento de uma noticia falsa é 70% maior que a de uma noticia verdadeira...

Parece que o “impulso para multiplicar o alcance de inverdades pode ser compreendido, pelo menos em parte, porque elas são mais atraentes ao leitor por serem mais divertidas, curiosas ou improváveis”, segundo o site brainly.com.br ou como constata a Ombudsman da Folha de São Paulo, Paula Cezarino. “O modelo de negócios das redes sociais incentiva essa propagação de mentiras, uma vez que a cada clique que se dá em uma notícia existe um ganho financeiro. Como as notícias falsas são muito mais acessadas, dão muito mais dinheiro.”

Alagoas desde priscas eras tem sido vítima de fake news como aquela manchete em letras garrafais na década de 1970, época da “fechadura”, dando conta que o Estado havia acabado com o analfabetismo graças ao Mobral, um programa fajuto e furado de “alfabetização” que o governo federal de então impingiu ao país. Hoje continuamos campeões em analfabetismo.

Mas não precisamos ir tão longe. Desde sempre, o alagoano teve que engolir a lorota da importância econômica da cana-de-açúcar para Alagoas (sic), uma exploração econômica que apenas beneficiou usineiros, empobreceu fornecedores e manteve uma mão de obra reserva miserável, analfabeta, sub-remunerada para trabalhar ½ ano e ficar ao relento depois disso, além de colaborar diretamente para o enorme atraso econômico e social do Estado. Uma fake news infame que perdura até hoje, mesmo quando o segmento literalmente quebrou. 

Ainda mais recente, com o advento da covid-19, tenho observado de longe algumas análises sobre como Alagoas vai ou já está se saindo muito bem dessa crise brutal que assola o mundo. Fake news. 

Vou repetir mais uma vez: a não ser que se rasgue toda a teoria econômica, nosso Estado será uma das economias que mais irão sofrer com a crise, uma vez que – desestruturado, sem projeto de desenvolvimento e quebrado financeiramente – vai continuar como sempre esteve: à mercê da recuperação de terceiros para, aí sim, começar um longo e penoso recomeço. Que vai demorar a acontecer. É só ver o que aconteceu no pós Tsunami petista...

Aqueles que se dispõem a pregar ventos de proa -onde o que virá será borrasca- precisam atentar para o malefício de suas “projeções”. Alagoas já é sofrida o suficiente para ainda ter que aturar esse tipo de “análise” (sic).

Estamos vivenciando uma oportunidade ímpar de reescrever a trajetória econômica desse Estado a partir dessa pandemia. Que tal propostas, ao invés de fake news?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato