colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Bolsonaro e a reeleição

27/07/2020 - 13:33

ACESSIBILIDADE


O país saiu da última eleição com um vencedor nítido: o povo brasileiro que repudiou a eleição de mais um petista para a Presidência da República, numa clara resposta à roubalheira e ao aparelhamento do Estado promovida por essa gente de baixa qualidade que levou o país à bancarrota. 

A eleição de Bolsonaro, no entanto, deixou claro também outra nuance do nosso povo. Todo o Nordeste (+ o Pará) atrasado, subdesenvolvido, coalhado de analfabetos e analfabetos funcionais e dependentes do Bolsa Família votou majoritariamente nos vermelhos do PT. 

Bolsonaro ganhou com folga com quase 58 milhões de votos (contra 47 milhões de Haddad). Mas teve outro número nessa eleição que chamou muito a atenção: 30% dos brasileiros se ausentaram, votaram em branco ou nulo. O que deixou a eleição com a seguinte cara em termos percentuais: Bolsonaro 38%, Haddad, 32% e ausentes + brancos + nulos, 30%. Um país nitidamente dividido, mas não mais vermelho.

Bolsonaro assumiu o governo com avaliação de ótimo/bom de 32%, enquanto 28% das pessoas achavam regular e 39% ruim ou péssimo (notem que ele perdeu 7% da eleição à posse e, ao que parece aqueles votos na eleição migraram direto para apoios à coluna ruim /péssimo, que aumentou os mesmos 7%).

Nesse um ano e meio de governo, Bolsonaro já bancou o moralista associando sua imagem ao ministro Moro e aos evangélicos de resultados, também foi globalista com os meninos do Olavo de Carvalho, flertou abertamente com um autogolpe, negou e nega a pandemia que já matou mais de 80 mil pessoas no país, associou-se ao Centrão, teve sua imagem associada aos milicianos do Rio de Janeiro, às rachadinhas de gabinetes igualmente ao filho, e vai por aí...

Mas nada disso alterou os números da sua aprovação. O ótimo/bom jamais foi menor que 30% (exceto no período mais aceso do seu flerte com o autogolpe entre fevereiro a maio deste ano). Com uma média de 32% de apoio, automaticamente se coloca no segundo turno da próxima eleição presidencial visto que seu núcleo duro de eleitores permanece fiel. Se incorporar parte do público-alvo do Renda Brasil (que substituirá o Bolso Família) isso vai lhe render um caminhão de apoio no Norte e Nordeste. É candidato forte à reeleição. Para o bem ou para o mal do futuro deste país.

Só precisa parar de fazer e falar besteira e criar crises onde não há. E se não atrapalhar o andamento das reformas estruturantes (como fez com a da previdência que perdeu ½ trilhão de reais por suas estapafúrdicas intervenções pró-atraso), vira estadista.

Os números estão aí para quem quiser interpretar. Ele tá com mais de meio caminho andado. Mesmo com 45% de rejeição.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato