colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Adivinhem quem vai bancar a conta

24/07/2020 - 10:08
Atualização: 24/07/2020 - 11:19

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Que não dá mais para se acreditar na palavra do dirigente de plantão desta Nação todos sabem disso. E fake após fake. Até os bolsominions se assombram com riqueza de repertório do chefe da nação. Nesse quesito é campeão.

E fez escola. Seu ministro da economia que acaba de – depois de mais de um ano – parir um rato que ele chama de proposta do governo para a reforma tributária, quer por quer enfiar goela abaixo dos brasileiros uma nova CPMF com outro nome. 

E para isso não se furta a contar qualquer lorota a quem lhe apareça à frente sobre as virtudes e aspectos positivos que ela traria para a retomada do país. Uma fake do tamanho de um elefante. 

O único beneficiário dessa iconoclastia é o governo que passa a arrecadar mais em tempos de arrecadação em queda. E ponto final.

Certo fez aquele seu assessor que num rasgo de sincericídio disse que era mais fácil uma CPMF ou que outro nome venha a ter, que taxar grandes fortunas “por que corremos o risco dos muitos ricos migrarem...”. Coisa de república de bananas, de terra sem lei nem justiça. De falta de governo.

No momento em que escrevemos este artigo, jornais noticiam que a casa civil da presidência da república está consultando os órgãos de controle sobre a possibilidade de furar o teto de gastos (ao que consta sem que o ministro da economia tenha conhecimento dessa tentativa vergonhosa). 

O teto de gastos, como afirmou dias atrás o novo secretário do tesouro nacional, se for descontinuado destruirá ainda mais empregos, numa época em que 18% da mão de obra do país está desempregada... O exato oposto do que o governo “na baixa” está articulando para ser uma politica anticíclica. Uma forma disfarçada de mais gastança desenfreada e mais desvios e roubos. O que certamente o Centrão, o mais novo aliado do governo aplaude.

Além disso, furar o teto é a senha que os investidores estrangeiros não querem nem ouvir falar. E se os dirigentes desse país tiverem juízo mínimo, parariam já de falar desse tema. Quebrado, o Brasil passa a depender diretamente do humor do capital estrangeiro para não aprofundar ainda mais a sua crise. 

Pensem bem: se você é um investidor estrangeiro e olha como os dirigentes do país estão gerenciando os seus problemas e identifica que não estão buscando de verdade o equilíbrio fiscal, mas fazendo gambiarras que vão explodir mais a frente, você aplicaria o seu dinheiro naquele país?...

É o que está ocorrendo. Além do déficit fiscal deste ano que vai ultrapassar os 800 bilhões de reais (700 bilhões amais que o previsto no inicio do ano antes da epidemia), não estamos fazendo o dever de casa das reformas estruturantes. A trabalhista ficou no meio do caminho, a da previdência foi desidratada pelos lobbies em meio trilhão e logo terá que voltar a ser discutida, a tributária vai no mesmo caminho de incompletude e a do governo, bem essa não sairá. O presidente da república não quer ferir suscetibilidades dos maganos do serviço público. 

Resta saber então de onde sairá o dinheiro para tirar o país da crise nos próximos 5 anos. 

Alguém aí adivinha?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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