colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Ranking Incestuoso

20/07/2020 - 12:50

ACESSIBILIDADE


O brasileiro infelizmente foi “amestrado” pelos políticos para receber com raro estoicismo e paciência as desculpas mais esfarrapadas possíveis para que eles não façam o prometido em campanha e o esperado pelos cidadãos que neles acreditaram.

Acontece que é preciso de uma vez por todas que o eleitor entenda – e daí não vote neste tipo de gente – que eles lá estão para, na seguinte ordem de prioridades, realizar o seu “trabalho”: foco total nos seus interesses pessoais sejam eles políticos (o que seria justo) ou financeiros (neste caso, com corrupção, o que o leitor já está careca de saber).

Em segundo lugar, eles lá estão para atender aos diversos lobbies que varejam em qualquer casa legislativa em defesa dos seus interesses (que quase nunca são os da Nação) e por eles são regiamente “remunerados” por dentro (em forma de doação legal) ou por fora (corrupção mesmo). 

Em terceiro lugar no ranking de prioridades do político “eleito pelo povo” (quer dizer com o voto comprado a peso de ouro, dinheiro este furtado dos governos ou por ele oferecido sob as mais diversas formas), está a infame pauta da defesa do Estado voraz, ladrão, ineficiente e do funcionalismo público. Outra pandemia que o brasileiro tem que enfrentar no seu dia a dia traduzida pela entrega de um dos piores serviços públicos do mundo civilizado. 

Em quarto lugar, já quase na rabeira das prioridades dos políticos deste país, está uma rasa e amorfa atenção às comunidades que os elegeram. Mas não para atender suas reinvindicações, e, sim, para levar projetos ou verbas da cota parlamentar que, claro, têm um “custo” que pode chegar a impraticáveis 50%. Não é à toa que este país está coalhado de obras inacabadas.

Em quinto lugar do seu ranking particular se situa uma “categoria” para a qual suas atenções são mínimas ou nenhuma. As matérias de interesse da Nação, como as reformas que vêm sendo postergadas há dezenas de anos, que quando sai, pouco avançam no sentido de prover soluções adequadas aos ingentes problemas do país. A falta de interesse está ligada diretamente ao fato de que – nesse caso - pouco têm a ganhar financeiramente. 

Mas existe uma categoria extra ranking para a qual suas atenções são maximamente priorizadas: nenhum projeto de moralização do setor público, ou de combate à corrupção endêmica, ou que possa ameaçar os seus mandatos, passam incólumes em qualquer casa legislativa. Nem mesmo com o povo na rua. Está aí 2013 que não deixa a gente mentir. 

Bem que os órgãos de controle, os ministérios públicos Federal e Estadual, a Polícia Federal poderiam acelerar e dar ampla divulgação aos processos que esses sujeitos respondem por improbidade e até por crime comum, única forma de o eleitor tomar conhecimento de quem é quem na podridão que se tornou o meio político brasileiro.
E fiscalizar bem mais de perto as eleições que se avizinham. Que, pelas características de que se reveste dada a epidemia da covid-19, tem tudo para ser uma das mais corruptas dos últimos tempos, devendo reeleger predominantemente os atuais ocupantes das casas legislativas. 

As surpresas podem ficar por conta da dificuldade dos candidatos a prefeito apoiados pelos chefes de executivos estaduais e/ou das capitais em ganhar corações e mentes por conta da alta rejeição de todos eles. Quem sabe daí não sai alguma coisa melhor do que o que aí está?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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