colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Flamengo campeão 100 X coronavírus 0

17/07/2020 - 19:16
Atualização: 17/07/2020 - 19:22

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Há exatamente um ano o flamengo contratou o técnico Jorge Jesus para substituir um dos treinadores medalhões do futebol brasileiro que não estava conseguindo “dá liga” a já contratada e exuberante equipe de futebol do clube.

Em poucos dias, o novo técnico ajustou as linhas da equipe que desandou a ganhar tudo e não parou mais. Com índice superior a 90% de vitórias, o técnico virou ídolo e a equipe se consolidou como uma das forças do futebol mundial da qual é hoje vice-campeã. E pelo que se observou nestas últimas 3 partidas com o Fluminense, com enormes chances de repetir o feito este ano.

Tudo que está acontecendo de bom no futebol de Fla, começou cinco anos atrás com a assunção à direção do clube de pessoas com larga expertise empresarial e financeira que, abriram mão de ganhar coisas durante mais de 3 anos, priorizando a organização e reestruturação do clube para o que estamos vendo hoje.

E, pelo andar da carruagem, veremos daqui prá frente.

Parabéns ao Flamengo de hoje, mas não esqueçamos que tudo começou há 5 anos com um rigoroso e bem estruturado plano de soerguimento do clube liderado pelo então presidente Eduardo Bandeira de Mello, que cumpriu à risca o que fora programado.

E o Brasil da COVID-19?

Há exatos 7 meses o mundo tomou conhecimento daquela que viria a se tornar a maior epidemia dos últimos quase 100 anos que, rapidamente, se disseminou pela Europa em janeiro e fevereiro provocando quase 150 mil mortes no continente em menos de 90 dias.

Nesse ínterim, o Brasil passou – e está passando – por uma das mais lamentáveis gestões de crise de que se pode ter noticia em todo o mundo. O governo federal teve cerca de 2 ½ meses para preparar minimamente a infraestrutura da saúde para aquela que já é de longe, o maior flagelo brasileiro de todos os tempos.

A radical negação do presidente da república já tão conhecida de todos foi, tem sido e será, o maior obstáculo para que o Brasil viesse a ter melhor desempenho na condução da crise, ao invés de ser o país de pior desempenho no ranking mundial do combate à COVID-19. Mais um título negativo para o brasileiro colecionar por conta dos seus maus governantes.

São hoje 80 mil mortos que precisam ser debitados na conta desse senhor. Poderiam ter sido muitíssimo menos se – a tempo – planejamento e medidas adequadas tivessem sido tomadas. Não aconteceu por que o presidente da republica impediu o então ministro da saúde de atuar mais incisivamente em nome do que ele, presidente, dizia ser só uma “gripezinha”.

Não se pode descartar, nem olvidar a responsabilização penal em tribunais internacionais desse senhor já que por aqui, como se sabe, em termos de justiça, nada vai acontecer.

Falávamos do sucesso do planejamento de longo prazo do Flamengo para mostrar o quão este país está distante de “acontecer” em termos de desenvolvimento econômico e da redução das suas brutais desigualdades, enquanto estiver nas mãos de corruptos e/ou incompetentes. Enquanto o eleitor continuar a eleger corruptos e/ou incompetentes.

Entramos nessa epidemia de “peito aberto”. Não fosse a ação heroica dos trabalhadores da saúde expondo-se a riscos (que a imprensa precisa mostrar melhor), trabalhando à exaustão por falta de pessoal e ainda assim, parte deles, como os do aloprado governo do Rio de Janeiro, sem receber salários por até 3 meses!

O pouco realizado deveu-se a essa pessoas e às intervenções dos Estados (insatisfatórias, mas, no limite da quebradeira que os governantes impõem a dezenas de anos a seus Estados).

Estamos e vamos permanecer ainda por um bom tempo com o platô da curva pandêmica num nível elevadíssimo matando cerca de 1.000 pessoas/dia. E controles frouxos do distanciamento social, que a rigor, nunca funcionou além das áreas nobres das cidades, é causa direta disso. Que agora, com a proximidade das eleições, virou criminosamente um liberou geral em pleno pico da epidemia!

Estamos indo céleres para chegar no final de agosto com 125 mil mortos.

Quem vai pagar por essa irresponsabilidade?!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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