colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

A performance da economia dos países ricos na pandemia

10/07/2020 - 07:02
Atualização: 10/07/2020 - 07:05

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Temos falado muito do Brasil e das suas dificuldades econômicas exacerbadas durante esta pandemia. Hoje vamos tirar umas “férias” para tratarmos um pouco do que está acontecendo pelo mundo afora especialmente nas economias mais ricas do planeta que representam 56% do PIB global.

Do ponto de vista global o FMI projeta uma queda do PIB da ordem de 4,9%, mas alerta para o elevado grau de incerteza de suas previsões. Essa nova projeção de final de junho reduz a queda em 1,9% em relação à realizada dois meses antes. E projeta para 2021 um crescimento mundial da ordem de 5,6%. Se esses números forem confirmados, o PIB global terá ao final de 2021, retornado ao PIB equivalente ao de 2019, portanto, 6% abaixo do anteriormente previsto antes da crise.

A entidade também estimou a queda da atividade comercial mundial em 12% e um crescimento de 8% para 2021. Ou seja, o próximo ano, assim como 2022 serão anos tipicamente de transição rumo aos patamares de crescimento anterior ao coronavírus.

A retração global, mantidas as previsões do FMI, será profunda, mas curta. O ambiente econômico global atualmente muito desafiador vem sendo enfrentado pelos países ricos com aportes gigantescos nos seus mercados financeiros e para ajuda emergencial às pessoas e já alcançam no momento 6 trilhões de dólares. Um estímulo e tanto em termo de politicas econômicas pró-retomada do crescimento dos seus respectivos países.

O crescimento dos ricos enseja a oportunidade para países emergentes e, especialmente, uma ótima oportunidade para colocar seus excedentes de produção no mercado externo. Na China, por exemplo, seus indicadores atuais da indústria e dos serviços, já estão acima de 50 pontos, indício claro de retomada do crescimento naquele país continental.

Nos Estados Unidos a produção industrial já cresceu 1,4% em maio e as vendas no varejo 17%, as prévias de junho indicam a continuidade do crescimento tanto da economia americana como na da zona do Euro. Seus indicadores de expansão da atividade econômica sinalizam, respectivamente, 50% e 47%.

São sinais robustos para quem três meses atrás havia sofrido quedas na atividade econômica de -1,2% (Estados Unidos), -3,6% (zona do Euro) e -9,6% (China) em relação ao último trimestre de 2019. Tudo indicando que podem ter entrado na frequência de recuperação das perdas ainda ao longo de 2020.

É claro que as medidas de suporte financeiro às empresas e às pessoas adotadas nos Estados Unidos, na Zona do Euro e pela China, irão cobrar um preço em termos do aumento dos seus déficits fiscais. Na América serão acrescidos mais 10% ao seu já gigantesco déficit fiscal, na zona do Euro o déficit vai evoluir de 0,5% para 8,5% e na China, bem na China os dados falam em crescimento em torno de 2%.

O certo é que os gigantes mundiais logo vão estar de pé novamente, assim como a quase totalidade dos emergentes. 2021 poderá ser ainda melhor para eles se já estiver disponível a vacina contra a covid-19.

Foram ágeis, hábeis e por conta da maior parte poder emitir seu próprio dinheiro, agressivos na ajuda as suas empresas e comunidades. Colhem o fruto dos suas políticas adequadas para o momento.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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