colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Mais portas se fecham

09/06/2020 - 10:52

ACESSIBILIDADE


A gente quer se cingir aos temas econômicos – tão importantes nesta escuridão que está se tornando o debate livre das ideias neste país - mas a belicosidade gratuita deste governo com quem se atreva a pensar diferente de suas ideias primitivas, radicais e golpistas, termina nos levando a outras searas.

Até porque, tristemente, estou chegando à conclusão de que de nada vale o exercício de analisar ideias que venham a contribuir para propostas efetivas de saídas econômicas para o Brasil no pós-pandemia com um incompetente à frente dos destinos da Nação.

No torvelinho em que este governo mais e mais se enrosca, fica difícil acreditar que medidas racionais sejam adotadas por um presidente incapaz de enxergar um palmo à frente de qualquer tema que não sua reeleição (a cada dia mais distante) ou, na opção alternativa de dar um autogolpe que lhe assegure o poder pelo poder, já que projeto para o Brasil ele nunca teve ou terá. Sua capacidade cognitiva é obstáculo direto a tal pretensão.

Nos últimos dias, fruto exatamente das diatribes presidenciais que estão chocando o mundo, o governo viu fechar portas importantes, fundamentais mesmo, para o futuro dos negócios país, em decorrência direta das desarrazoadas, autoritárias, constrangedoras (para toda Nação) e títeres atitudes do principal mandatário da Nação ao longo desses já longuíssimos quase 18 meses de desgoverno.

A maioria democrata da câmara dos deputados dos Estados Unidos acaba de divulgar carta rejeitando qualquer parceria comercial com o Brasil. Ou seja, portas fechadas para a ampliação de negócios com a Nação economicamente mais importante do mundo. Bolsonaro pode até continuar a lamber as botas de Trump ou balbuciar a infame e vassala “I love you” como no primeiro encontro dos dois, mas novos negócios, necas de catibiriba. 

Para os deputados americanos, o Brasil não está apto a assumir os novos padrões de direitos trabalhistas e de proteção ambiental preconizados, por exemplo, no acordo celebrado entre Estados Unidos-México-Canadá. E foram mais longe ainda: “negociar qualquer acordo comercial com o Brasil, será perda de tempo”. Sem comentários...

Mas não fica apenas nisso, o acordo comercial com a União Europeia - o terceiro maior mercado do mundo - enquanto este governo aí estiver não sai. França, Áustria, Holanda, Bélgica, Noruega e Suíça, são alguns dos países do bloco que já se manifestaram contra ou tem dificuldade de aprovar internamente o acordo (para ser assinado, ele demanda o ok de todas as nações do bloco europeu). 

Dentre os argumentos contra a assinatura do acordo por aqueles países, estão as posições extremadas ou as ameaças que o Brasil representa nas áreas ambiental (Amazônia em especial), climática, da saúde pública, dos recursos humanos e da democracia.

Ou seja, dois dos maiores blocos econômicos do mundo fecham as portas fechadas a novos negócios com o Brasil no momento em que este precisa desesperadamente ampliar seu intercambio comercial para ajudar no financiamento da reconstrução da economia nacional no pós-epidemia. 

De porta em porta fechada, este governo vai entregar um país mais quebrado que os governos petistas com toda sua roubalheira tsunâmica. Nunca aquela frase foi tão atual: toda intenção política extremada leva ao prejuízo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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