colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

A pandemia da pandemia

07/06/2020 - 10:33

ACESSIBILIDADE


O governo federal atual se supera a cada dia em termos de medidas escatológicas, amorais ou desprovidas de qualquer senso de ridículo. Somos hoje motivo de chacota em todo o mundo. E a usina de criar dejetos continua a produzi-los a todo vapor.

Nesta pandemia, o ministério da saúde tem sido um dos principais alvos da sanha de fazer sempre o errado do presidente da república. Ao negar – de princípio – a existência da maior pandemia que o mundo já experimentou nos últimos 90 anos (“é só uma gripezinha”), ele se postou dentre os únicos 4 dirigente máximos do planeta a não reconhecer a gravidade do problema (os outros 3, são todos ditadores. Sintomático).

Daí em diante ele vem pintando o diabo para tornar a vida do brasileiro ainda mais difícil do que já é. Morto de inveja e despeito do seu ministro da saúde que vinha desempenhando um bom papel – coisa que no seu desgoverno é fatal – fez de tudo para desacreditá-lo. 

Não obtendo êxito partiu para a ignorância mesmo. Demitiu-o, alegando exatamente que ele estava aparecendo mais que ele, o presidente (sic!) e que se negava a “receitar” a tal da cloroquina que ele, Bolsonaro, com sua sapiência superior estava indicando como solução para o problema da Covid-19 (sic!). 

Trouxe para o lugar uma figura estranha que passou seu tempo balbuciando frases desconexas e prometendo o impossível nesse governo: organizar o ministério para coordenar as informações e liderar as iniciativas inerentes á pandemia que já estava em avanço geométrico no país. 

Mesmo obediente às atrabiliárias medidas propostas pelo presidente, o novo ministro, no entanto, se negava a adotar o remédio milagroso que o cientista-presidente queria impor à Nação como solução, a cloroquina. Por isso mesmo, foi “saído” com a desculpa da renúncia.

Trouxe para o lugar um general cuja primeira medida foi oficializar o tal remédio como recomendação técnica para a Covid-19. Nenhuma secretaria de saúde estadual obedeceu, até o momento, à desarrazoada medida.
No momento, sua nova frente de batalha (que o general-ministro vem liderando com “denodo”) é esconder os dados sobre a epidemia modificando o formato das informações liberadas que deixou de fornecer o total de óbitos acumulado! Pouco? 

O Ministério da Saúde (?) anunciou a pouco a recontagem do número de mortos – decerto mais uma tentativa marota de embolar o meio de campo das informações, ou, quem sabe, conseguir mais um feito mundial: reduzir o número de mortes, contra todas as evidências científicas de que em toda recontagem epidêmica o total de óbitos aumenta.

O resultado dessa criminosa e irresponsável gestão da epidemia no Brasil terminou por colocar o país no epicentro da pandemia, com projeção de 121 mil óbitos até agosto, um número superior à população de 5.302 municípios brasileiros. Precisa-se dizer mais da tragédia que nos assola?

Enquanto isso, o presidente sadicamente continua a brincar de gato e rato com a imprensa primeiro tentado esconder os dados, depois ao tentar “recontar” os mortos (certamente não para mais) e agora, passando as informações deturpadas às 10 da noite para não “dá colher de chá à Rede Globo de divulga-los no jornal nacional.

É uma pessoa demente, paranoica, doente. É preciso dar um basta nesta escalada de sandices.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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