colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Bolsonaro e o centrão

18/05/2020 - 13:29

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O presidente da República enquanto foi deputado do baixo clero por 28 anos, teve sua trajetória permeada por nada menos que 9 afiliações a diferentes partidos (uma média de 3,1 anos em cada partido). 

Uma reluzente demonstração de como é a política partidária deste país após a chamada redemocratização. Partidos não passam de mero penduricalho para políticos negociarem seu “passe” a cada transferência ou para demonstrar a iniquidade dessas agremiações.

Mas o que chama mesmo a atenção nesse troca-troca intermitente é que todos os partidos onde ele militou (alguns mudaram de nome, outros se fundiram e alguns foram criados ao sabor das mudanças na Lei Eleitoral) é que todos – em seus devidos momentos – foram/são partidos aliados ao notório Centrão.

Uma federação de deputados e senadores sinônimo de fisiologismo e nenhum pudor em avançar sobre o dinheiro público, não importando as consequências para o país. Foi assim nos governos Sarney, Collor, Lula, Dilma e Temer. E não será diferente agora com Bolsonaro. Aliás, já avançam sobre os melhores “nacos” de recursos do Orçamento federal.

Isolado politicamente por conta de seus despautérios presidenciais, Bolsonaro corre para os braços do Centrão com a ilusão de ser a saída para evitar o seu impeachment. Não apenas não será, como podem ser os coveiros do seu governo. Que terá que enfrentar logo à frente a maior crise econômica que este país jamais imaginou passar.
Logo estaremos no pior dos mundos: com depressão e deflação. 

O que exigirá perícia e um programa de recuperação econômica que aponte boas saídas para o problemaço. O que bate de frente com a “filosofia” do Centrão de “emissão de dinheiro”, ou seja, de ainda mais desarranjo econômico para que a grana possa fluir “naturalmente” e abastecer suas campanhas eleitorais. Não tem como dar certo.

A escolha de Sofia de Bolsonaro fica entre levar o seu mandato talvez até o fim com o “apoio” do Centrão, tendo em sua conta um desarranjo econômico e social como nunca aconteceu no país, que pode até levar à sua derrota eleitoral, ou implementar medidas pouco simpáticas de ajuste que o tornará aos olhos do povão ainda mais antipatizado e perder a eleição.

Para a primeira opção, o Centrão já apregoa que a “saída” é manter a ajuda de 600 reais para o povão. Seria o novo bolsa família do PT com outro nome e muito mais grana para bancá-lo. E garantia de sua reeleição. A segunda, o estabelecimento de medidas austeras para reorganizar a economia levará a sua provável derrota nas eleições de 2022. Um doce para quem adivinhar pelo que ele já optou.

Neste caso, às favas com as “promessas eleitorais”. Saí a moralidade e o restabelecimento da economia e entra a irresponsabilidade petista que arruinou este país por longos anos, mas garantiu a eleição do poste do Lula.
O país? Se não reagir com ultraje a mais esse esbulho vai remar uns 10 a 12 anos para voltar a 2019. Que foi um ano péssimo do ponto de vista econômico.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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