Vai explodir
Semana após semana, o recolhimento social vem sendo reduzido. Os 70% ideais que foram cumpridos na primeira semana hoje não alcançam 50% nas principais cidades do país. O que está resultando na explosão do número de casos e de óbitos e na clara exaustão do sistema público de saúde.
O discurso raivoso do presidente da República, um dos 4 dirigentes do planeta a negar a importância da epidemia que o país está passando, tem sido claramente uma das causas do afrouxamento do recolhimento. A cada dia que aparece vituperando contra, mais pessoas têm se distanciado das medidas recomendadas pela OMS e pelo próprio Ministério da Saúde brasileiro.
O pior é que, em sua ignorância histórica, não sabe ele que em pandemia com a magnitude dessa que estamos vivendo, um dado é certo: a economia vai entrar em crise, esteja aberta (como ele quer) ou fechada (como é o recomendado). O tamanho da queda será o mesmo.
Em face disso, a nossa curva de infectados está crescendo geometricamente, em termos comparativos, mais até que as curvas da Itália e da Espanha quando no pico da epidemia. E o que isso pode significar? A aceleração do número de infectados e de mortes (nesse quesito, caminhamos céleres para mais de 30 mil óbitos no final do pico do vírus). O país caminha para se tornar o epicentro da doença no mundo.
Por conta da super demanda por atendimento da população, dada a explosão de casos derivada da redução do isolamento social e da incapacidade de atendimento do SUS, as cidades de Manaus, Belém e mais 9 cidades do Pará e São Luiz e mais 4 cidades do seu entorno já estão na situação máxima que se quer evitar país afora: o lockdown, ou o recolhimento obrigatório de toda a população para evitar que o problema se transforme em tragédia.
Outros estados como o Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, podem estar se candidatando a serem os próximos a fecharem tudo. E o vírus ainda não chegou pleno nas cidades do interior e nos aglomerados subnormais de nossas grandes cidades. Tanto uns como outros, com graves deficiências para o atendimento das pessoas.
Se avançarmos para o lockdown ou mesmo para um mais rigoroso recolhimento social, o que de todo não é impossível, dada a velocidade que o vírus está tomando no país, o medo vai se manter ativo por mais tempo que o desejado e as empresa que o presidente tanto clama por abrirem as portas irão sofrer muito mais.
O país já trabalha com queda no PIB que varia de -5,5% a -20% (o que seria uma hecatombe), pode ser ainda pior que isso. A epidemia, não tem jeito, só será controlada através de políticas preventivas ou eliminada quando tiver uma vacina.
Resta torcer para o governo se conscientizar disso.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA