colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Sócio do diabo

24/04/2020 - 09:48
Atualização: 24/04/2020 - 09:54

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Temos à frente do governo um paranoico que precisa urgente ser tratado, antes que sua loucura particular afete ainda mais a este país. O cara foi eleito presidente com quase 58 milhões de votos, contou de início com o apoio de quase 2/3 da população, mas, em pouco tempo por suas bizarrices e, em especial, pela gradativa, mas interminável série de patacoadas, mentiras, ameaças silentes contra a democracia e a Nação.

Mas, principalmente por fatos altamente negativos revelados sobre sua vida pregressa junto a milicianos do Rio, sua liderança inicial se esvaiu de forma rápida, inexorável.

A descoberta de sua ligação com as milícias do Rio de Janeiro juntamente com seu filho senador, que ainda por cima praticava a famosa “rachadinha” (o funcionário recebe, mas devolve a maior parte da grana ao parlamentar), foi o começo da débàcle. 

A partir dali ele vem fazendo o diabo, como diria a obtusa Dilma Rousseff, para livrar sua cara e a de seu filho do problema que só cresce. Ele já comprou briga com a PF, com o Congresso Nacional, com o Supremo, com a Justiça como um todo, com a OAB, com a OMC, com pelo menos 11 países de continentes diversos.

Com o ministro Moro, o mais bem avaliado dos seus ministros, por ciúmes de seu prestigio, bateu de frente com o então ministro Mandetta, da Saúde, que vinha fazendo um excelente trabalho na pior crise sanitária do mundo moderno (que apenas o presidente e mais três ditadorezinhos de países insignificantes negam, por isso apelidados de os 4 avestruzes) que findou com sua demissão – novamente por ciúmes – do apoio do ministro pela sociedade.

Após um ano de governo medíocre e ter brigado com meio mundo, se isolou politicamente. Mas o cara não se dá por vencido. Acha que é a lei maior, a Constituição (afirmou isso), que o Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados quer lhe derrubar do cargo com um impeachment que só na cabeça do lunático está sendo urdido na calada da noite. Também brigou com o Supremo, a quem acusa de usurpar-lhe o poder, pense!

Achando pouco tudo isso, foi para a porta do quartel general do Exército para discursar e incentivar celerados contra as instituições brasileiras. Os energúmenos tinham como palavras de ordem a volta do famigerado AI-5, proposta de golpe de Estado e mais barbaridades antidemocráticas. Causou amplo e geral repúdio em todos os poderes da República e das mais importantes instituições do país. No dia seguinte como sempre faz, desconversou. Negou mesmo!

Sem que a poeira do dia 21 tivesse baixado (o Supremo está com processo aberto averiguando), terça-feira “derrubou” o ministro da Economia ao apresentar um arremedo de plano para o pós Coronavírus sem sua participação ou assentimento. Se Guedes não reverter a situação e permanecer, vai ter o pior dos fins do homem público: o abandono desmoralizante.

Hoje, a vítima de suas loucuras pensadas foi o ministro Moro. Que foi avisado por ele que vai nomear um novo diretor para a PF. Moro discordou e deixou aberta a sua saída do ministério.

Enquanto tira da sua frente as pessoas de bem, negocia com a fina flor da corrupção deste país o apoio parlamentar, em troca de cargos em posições estratégicas no governo (os caras não brincam em serviço).

Ao PL foi destinado o Banco do Nordeste. É um banco pra eles chamarem de seu. A festa vai ser grande. Ao PTB, promete a reabertura do Ministério do Trabalho, uma das maiores sinecuras deste país, ao PP, bem, este ainda está negociando. Quer “apenas” a parte financeira do Ministério da Saúde. Só mesmo rindo.

O paladino anticorrupção agora é sócio dos notórios Valdemar da Costa Neto, Roberto Jefferson e logo, também de Ciro Nogueira. Um tapa na cara dos cidadãos de bem deste país. E dos seus eleitores. Isso em pleno pico do Coronavírus. Corona o quê? Ele perguntou.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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