colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Serão eleitos, sem dúvida

18/09/2019 - 15:36

ACESSIBILIDADE


Dourar a pílula, segundo o site Significados “é uma expressão idiomática da língua portuguesa que significa apresentar algo difícil ou desagradável como uma coisa mais suave e mais fácil de aceitar. A expressão está relacionada com a figura de linguagem conhecida como eufemismo”. 

No meio político “dourar a pílula” significa tergiversar, mentir, enganar, falsear. Vale tudo, menos a verdade. Nesse quesito, Alagoas é imbatível. Vejam o recente vexame protagonizado pelos vereadores de Maceió que na calada da noite “presentearam” o cidadão da Capital com mais 4 “legisladores” (sic!) a partir da próxima eleição (como se 21 inúteis fossem pouco). Pegos de calça curta com o “presente” de Judas – e sem desculpa possível – saíram-se candidamente com a amoral e indecente desculpa esfarrapada: está previsto na lei.

São filhotes aprendizes das raposas felpudas que Alagoas sempre produziu para enriquecer o anedotário nacional por suas patranhas ridículas ou pelas atitudes ladravazes que forjaram imagem absolutamente negativa desse pequeno estado como um gigante da corrupção e da baixa política. Que diminui e envergonha a todos os alagoanos de bem. 

E empobrece a quase totalidade do seu povo obrigado a viver com a segunda menor renda familiar per capita do Brasil: famigerados 658 reais. Quase 4 vezes menos que a do Distrito Federal ou só 45% da renda familiar per capita do Brasil. Tão grave, que coloca o estado como o de pior distribuição de renda do país: anotem essa barbaridade! Apenas 2% dos alagoanos pertencem às classes sociais A e B (5 vezes menos que a média brasileira!).
Políticos “campeões nacionais” de como não se deve fazer política insistem em enganar nossa pobre gente repetindo indefinida, monótona e desafinadamente, em “prosa e verso”, louvações ao desenvolvimento do estado (um dos mais pobres e últimos no ranking de crescimento do país) como se todos fossem idiotas que eles manobram a seu bel prazer. 

O alagoano, senhores, precisa é aprender a se defender de vocês e não da sua “proteção”. Essa “proteção”, é que “garante” ao estado o desonroso título de campeão do analfabetismo brasileiro (DATASUS, 2010). Sim, vocês estão “protegendo” ¼ da nossa população para que permaneçam analfabetos, como “protegem” quase ¾ para se manterem analfabetos funcionais. Esses cidadãos certamente “agradecem” penhorados a “proteção” de vocês.
Como “agradecem” as mais de mais de meio milhão de pessoas desempregadas ou 17% da força de trabalho desse pobre Estado (taxa infinitamente superior à brasileira que é de inaceitáveis 12,5%), ou quem sabe, os “agradecidos” seriam também os 42% de pessoas que trabalham informalmente sem quaisquer direitos e sobrevivendo de sub-rendas? 

A lista de “agradecidos” é longa. Certamente vocês a conhecem em detalhes e melhor que ninguém, não é? Afinal, se especializaram em contar histórias da carochinha a pessoas simples mais facilmente manipuláveis pelo despudorado discurso de engana bobo que vocês praticam. Afinal, o que interessa é manter os currais e assegurar o bembom de cada um, não é mesmo?
Daqui a um ano teremos eleições. Quem sabe, até lá, a podridão debaixo dos tapetes não surge e se espraia – como pó de mico – pelos salões das campanhas dos senhores e espante os eleitores enganados para outras plagas?
É hora de surgir nomes dessa sujeira e descompromissados com essa gente. Serão eleitos, sem dúvida.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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