colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Caranguejos ou jatos?

09/07/2019 - 12:41

ACESSIBILIDADE


A história política e econômica brasileira é repleta de exemplos do que não se deve fazer para se levar a bom termo a condução de um país. Um bom comparativo remete aos PIB do Brasil e dos EUA (era 2 vezes maior que o nosso no inicio do século XX e 19 vezes hoje). Tem mais: entre 1945 e 2000, portanto em pouco mais de 5 décadas, vimos Japão, Coreia, Indonésia e Vietnã devastados na segunda guerra (no caso da Coreia e Vietnã também por guerra interna) com seus PIBs literalmente “no chão” se reorganizarem, levar a cabo seus projetos de desenvolvimento, ameaçar ultrapassar o PIB Brasil entre os anos 1980/90 e, finalmente nos superar entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Ficamos para trás. E não vamos aqui atrás dos porquês. Quem estuda minimamente as questões sociais e econômicas deste país sabe que desde sempre nossos maiores problemas estão circunscritos aos mesmos de sempre: uma elite privada e pública predadora que mais e mais se apropria do Orçamento Público, uma deplorável classe política que a cada dia piora sua representação e seu conceito perante a população por suas inarráveis e criminosas ações contra o Brasil, o povo e o patrimônio nacional e, pasmem, por uma “elite” técnica do serviço público que se contenta com os “restos” do bacanal interminável que a verdadeira elite lhes joga. Que, como avestruzes escondem a cabeça na terra para não ver o que não fazem: planos, projetos e propostas para redesenhar o latifúndio do fazendão a que a turma do poder relegou este país (e não se venha com as desculpas esfarrapadas de sempre: “eles” não deixam. Não é isso. Vocês é que nada fazem para tal).
Este país, novamente, tem a chance de fazer a coisa certa. Nos próximos 20 anos podemos afinal sair da m. que esses caras nos impõem há séculos. A saber: acabamos de celebrar o mais importante acordo de comércio com a União Europeia; o país começa afinal a realizar as reformas modernizantes que vão nos tirar da lama do atraso construída pelos governos e aprofundada no atraso petista, a trabalhista foi feita (faltam algumas coisas), a fiscal está no ponto e vai sair, a tributária está na porta do forno (sai até o final do ano).
O pré-sal vai passar por etapa de enormes investimentos já, a Petrobras já começa a privatizar refinarias, gás e o governo prepara-se para fazer o mesmo com o saneamento, com os Correios (lembra daquela pocilga que manda cartas e nos consome bilhões?), o BNDES para de financiar ricos e se prepara para operar com médios e pequenos empresários que carregam este país nas costas, os juros nunca estiveram tão baixos (pode baixar mais, apesar da resistência do BC...), o plano de concessões de serviços públicos avança (coisa para 2020), o crédito bancário começa a oxigenar a economia por outros canais que não os bancões tradicionais (setor que precisa de muito mais concorrência). E muita coisa mais vem por aí.
Estamos no pior dos mundos desde 2015. Tudo que o Brasil não precisa agora é que a política, as elites do serviço público e os empresários do atraso acostumados a mamar nas tetas do Estado atrapalhem essa nova retomada. A luta tem sido renhida como se observa agora no caso da previdência. Ninguém quer perder boquinhas. Há muito a ser feito nesse quesito.
Quem sabe desta vez cumprimos os vaticínios e chegamos a meados do século no tão sonhado, desejado e esperado primeiro mundo?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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