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Estupidezes eleitorais

03/08/2022 - 16:16

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Prefiro o uso plural, conceitualmente mais aproximado ao sentido do termo. A estupidez quase nunca vem só, e quase sempre gera outras. É o caso das eleitorais. A política é pródiga em asneiras, asnices, besteiras, babaquices. Não sou contrário à política. Ninguém com um mínimo de inteligência o será, pois o ser humano é por natureza político, convivente da cidade (pólis), estando certo o filósofo Aristóteles. Sou apenas crítico da práxis política, no caso, brasileira, embora asneiradas de políticos deve haver em todas as nações.

Não será estúpido o sujeito que mente, engana, apresenta-se como o mais republicano dos nacionais e o mais democrático e, após, sendo eleito, mete os pés pelas mãos, locupleta-se de bens públicos, esquece e desdenha de suas promessas eleitorais e em novos pleitos volta a enganar a população? Nesse caso específico a idiotia não é só do candidato, mas também de quem o mantém pelo voto na crista da onda. Não é, porém, das estupidezes dos políticos (raríssimas as exceções) que pretendo falar hoje. Mas dos eleitores que, ao contrário dos instintos dos burros, as alimárias, topam várias vezes na mesma pedra.

Partidarismos extremos sempre houve, aqui e alhures. Guerras, internas ou externas, já foram gestadas no sectarismo cego e acirrado, inclusive aqui no Brasil. Todavia, desde o surgimento do petismo, e agora do bolsonarismo, a intolerância política se fortaleceu, ao ponto de, mesmo em uma democracia como a nossa, as facções se digladiem, agridam-se, rompam-se amizades que até agora pareciam perenes, e mesmo parentes bem próximos apartem-se em inimizades talvez infinitas enquanto durarem, ou para sempre.

O sectarismo brasileiro de hoje não é mais estimulado pelo “eles e nós” lulista, mas pelo Bem e Mal do bolsonarismo, sendo o Bem, naturalmente, os partidários de Bolsonaro, e o Mal todos os demais que não rezarem pela cartilha do mestre deles. A eleição tornou-se então uma cruzada maniqueísta, para gáudio dos principais candidatos que, iguais a palhaços, jogam gasolina no fogo que consome o circo, para usarmos metáfora muito comum, com as minhas escusas aos profissionais do riso. Lá em cima disse eu da qualidade da alimária que, por instinto, não topa na mesma pedra. 

O ser humano, porém, dotado de inteligência, e tão vaidoso por possuí-la, vai de encontro, por várias vezes, aos mesmos seixos do mesmo caminho. Ninguém percebe que a intolerância, a marca de Bolsonaro e do lulismo, gerou monstruosidades no mundo? Nazismo, fascismo, stalinismo, e tantos outros -ismos, já fizeram bastante mal à humanidade, mas bolsonaristas, cegos pelos discursos zangados do seu chefe e pelo uso indevido das mídias sociais, intransigentes não aceitam a oposição às suas ideias. Os petistas em passado recente não ficavam muito atrás. Estamos bem servidos de políticos!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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