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O fuzil e o feijão

08/09/2021 - 08:48

ACESSIBILIDADE


“Que tipo de liderança é essa que prefere ver a população armada a alimentada?”, teria indagado a atriz Paola Oliveira em sua rede social, a propósito de mais uma bobagem de Bolsonaro ao chamar de imbecil quem se preocupa com o feijão, quando deveria comprar um fuzil. Como é natural de se esperar, a pergunta revoltada da atriz logo recebeu a oposição veemente de algum bolsonarista, enquanto que a parte sadia da Nação indigna-se com tamanha insensibilidade social do presidente. Para o prócer do bolsonarismo, que tem mesa farta paga com o dinheiro de todos nós, o pai de família que luta por prover de alimento a sua família é um idiota, como já o foi em eleger um inimputável para presidir o País.

O que espera o presidente com essa e outras pérolas da idiotia que produz diariamente? Pelo que se pode depreender das suas reações a críticas, aguarda o mais estrondoso aplauso.

A semana mal começou e a criatividade do sr. Bolsonaro já produz novas sandices de nenhuma inteligência. Leio no noticiário que o presidente, a fim de ludibriar a atenção popular, agora convoca para o 7 de Setembro manifestações em favor da liberdade de opinião e de eleições segundo os seus próprios paradigmas, isto é, sem urna eletrônica. É tolo disfarce para encobrir as anteriores propostas dos seus seguidores, certamente com o seu beneplácito, para atos contrários à Constituição. A ironia de tudo isso é que as agressões aos fundamentos da Nação deverão ocorrer exatamente no Dia da Pátria. 

Veja-se a que ponto chegamos: um presidente que prestou juramento de defender a Pátria, a Constituição, as instituições republicanas e a Democracia, é ele mesmo o promotor e patrocinador de atos contrários a tudo isso. Isso é segurança na impunidade ou mera loucura?
O mundo já viu isso, seja no passado do século XX, ou mais recentemente, nos Estados Unidos da América. 

A loucura do século passado, resultou na 2ª Guerra Mundial e muito sofrimento para todas as nações, até que o louco alemão sucumbiu, junto com sua camarilha. A birutice do Trump, ano passado, graças a Deus resultou em nada, hoje apenas restando em piadas e más lembranças. Lá, a inconsequência do presidente americano sofreu oposição das Forças Armadas, e afinal deu em nada. Sua resistência ao resultado das eleições não intimidou o povo americano, a despeito da agressividade dos seguidores do trumpismo. E aqui? Como ficaremos? Deve a Nação brasileira temer a desproteção?

Ante a arrogância e insensatez bolsonarista, devemos ter em mente que acreditarmos estar sem amparo só favorece o bolsonarismo, que não é sequer uma ideia para ostentar o –ismo de tantas doutrinas, boas e más.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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