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A ridícula guerra das vacinas

18/11/2020 - 13:14

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As estatísticas da covid-19 são impressionantes nos números. A esta hora matinal (03:08) de hoje, 10 de novembro, quase cinquenta e hum milhões de pessoas no mundo estão acometidas pela doença, cuja letalidade, rapidez de contágio, resiliência e recidiva fogem aos parâmetros de outras viroses. Mais de 1 milhão e duzentas almas foram sacrificadas por esse mal. Desse total, mais de cinco milhões e quinhentos brasileiros estão, nesse preciso momento, sob essa espada de Dâmocles, e o País literalmente empobreceu com a morte, até agora, de mais de cento e sessenta e cinco mil cidadãos e cidadãs. E a Besta parece continuar insaciável, com o precioso auxílio de alguns doidivanas no Poder.

Historicamente a Humanidade é reagente às pressões, sejam elas políticas ou de perigo comum. O inquieto homem, de tantas descobertas e avanços científicos, aprimora-se com mais celeridade em situações de crise, constrói e experimenta soluções, erra e no mesmo ritmo busca acertos, até consegui-los. No caso das epidemias e endemias que afligiram o mundo em passado remoto ou recente, os caminhos da cura foram encontrados com a rapidez possível adequada ao desenvolvimento científico da época. O caso da covid-19 não vem sendo diferente. Cientistas e laboratórios encetam uma corrida controlada em busca de uma vacina eficaz, não importando se por detrás disso há interesses econômicos. O importante mesmo é que se chegue, senão à cura, ao menos ao controle da doença através de uma vacina eficaz. 

Os brasileiros, igualmente a todas os povos do mundo, acompanham com expectativa os experimentos de, ao menos, 6 vacinas, de várias nacionalidades: Oxford-AstraZeneca; Sinovac; Moderna; BioNtech/Pfizer/Fosum; CanSinno; Sinopharm. São essas as mais desenvolvidas, com testes em etapas mais avançadas.
O governo Bolsonaro – sempre do contra – esmera-se na tontice de contestar vacinas, principalmente a Sinovac, de origem chinesa, não por ser ela de origem chinesa, mas por se tratar de iniciativa do governo de São Paulo. Não é uma guerra científica, ou ideológica, essa do presidente brasileiro. É apenas política na sua mais baixa acepção, como sempre fazendo prosélitos, os inocentes-úteis, aqueles que acompanham Bolsonaro mesmo sem saberem o porquê. 

O que se poderia esperar de um governo responsável, em tal situação? Claro que não a concordância inquestionável. Claro que não o comprometimento na compra de seja qual for a vacina. Mas o apoio crítico; o estímulo às pesquisas; o entusiasmo com as buscas de soluções; até mesmo o empenho no encontro da cura, comprometida nisso a pesquisa científica brasileira. Ao invés dessas e de outras atitudes responsáveis, o que temos visto e acompanhado é uma guerra ridícula patrocinada pelo inquilino – e como tal transitório – do Palácio do Planalto. Cheguei a pensar na infantilidade do comportamento presidencial. Corrigi-me! Não há ridículo no que é infantil. O ridículo apenas o é.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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