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A Constituição e ideias berrantes

10/11/2020 - 13:58
Atualização: 10/11/2020 - 14:08

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O governo tem sido prolífico em produzir ideias aberrantes, e outras berrantes. Esta semana então... O presidente discute com cidadão, e o manda comprar arroz na Venezuela. Por sua birra com o governador de São Paulo, desestimula a população a tomar vacina chinesa, e parece qualquer outra, todas devendo ser obrigatória apenas para cachorro. Ao mesmo tempo, se compromete a comprar a de Oxford, da Jensen americana, e assim por diante.

A pérola da berrância, no entanto, foi produzida por um certo deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, talvez recém saído de algum baixo clero. Inspirado na convocação de uma constituinte chilena, lucubrou uma constituinte para o Brasil. A cereja do bolo é a conclusão estapafúrdia: a Constituição brasileira tem muitos direitos e poucos deveres, o que dificulta a governabilidade. Dois povos, duas mentalidades? O Chile quer mais liberdade; nós quereremos menos? A resposta óbvia dispensa revelação.

Alguém, porém, deveria dizer ao ilustre deputado, de forma inteligível, que uma Constituição não pode ser mudada a cada governante, ou deputado "iluminado". Por ser a vontade da Nação revelada, não deverá ser alterada, ou almejar-se alterá-la à conveniência de quem está no Poder. Cheira a golpe, sem dúvidas. O PT já tentou, sendo instado a recuar. Agora é a ultra direita, se esse troço existe por aqui, ou é apenas saudosismo.

Uma observação final: o tal deputado produziu sua berração em evento pela democracia. Entrou na sala errada.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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